Urbanização é um processo de afastamento das características rurais de uma localidade ou região para características urbanas. Usualmente, esse fenômeno está associado ao desenvolvimento da civilização e da tecnologia. Demograficamente, o termo denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos. O termo também pode designar a ação de dotar uma área com infra-estrutura e equipamentos urbanos, o que é similar a significação dada à urbanização pelo Dicionário Aurélio - Século XXI: "conjunto dos trabalhos necessários para dotar uma área de infra-estrutura (por exemplo, água, esgoto, gás, eletricidade) e/ou de serviços urbanos (por exemplo, de transporte, de educação, de saúde)". Ainda pode ser entendido somente como o crescimento de uma cidade.
A urbanização é estudada por ciências diversas, como a sociologia, a geografia e a antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do crescimento das cidades. As disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e planejar os processos de urbanização são o urbanismo, o planejamento urbano, o planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geografia, entre outras.
A urbanização é estudada por ciências diversas, como a sociologia, a geografia e a antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do crescimento das cidades. As disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e planejar os processos de urbanização são o urbanismo, o planejamento urbano, o planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geografia, entre outras.
A história da urbanização
Embora já existissem grandes cidades na Antiguidade (Roma, em 100 d.C., possuía 650.000 habitantes), a humanidade só presenciou seu extraordinário crescimento no momento da Revolução Industrial. O baixo nível técnico da agricultura demandava grande quantidade de recursos humanos para realizar maiores receitas, o que impediu o emprego dessa mão-de-obra na indústria (essencialmente na indústria de base). Graças aos progressos dos transportes, as cidades tornaram-se menos dependentes das suas proximidades, uma vez que o alimento para o crescente número de habitantes da cidade poderia ser transportado de distâncias maiores. Ao mesmo tempo, isso exigiu cada vez mais trabalhadores nas fábricas. A urbanização era, simultaneamente, tanto o resultado como a causa da Revolução Industrial. Um exemplo é a população de Londres: esta passou de 45 mil a 865 mil habitantes entre o século XV e início do século XIX. Ao mesmo tempo, cresceu a parcela da população urbana no total da população mundial: no início do século XIX, 20,3 milhões de pessoas viviam em cidades (3% da população total mundial); em 1900, esse número já era 224,4 milhões de pessoas (13,6%); em 1950, 729 milhões de pessoas (28.8%); em 1980, já haviam 1,82 bilhão de pessoas vivendo em cidades (41,1%).
A urbanização teve grande influência sobre os hábitos diários das pessoas. Em vez da tradicional família patriarcal rural, onde várias gerações viviam sob um mesmo teto, havia uma família constituída de um homem, sua mulher e seus filhos. Isto também resultou em mais individualismo (porque os laços familiares eram mais flexíveis).
Na Europa e na América do Norte, a primeira fase da urbanização foi concluída entre as décadas de 30 e 50. Em alguns países da América Latina e Ásia, a urbanização está quase completa. Nos outros países asiáticos e latino-americanos, esse processo ainda e(pensa da antiga favela áreas onde os agricultores esperança de uma vida melhor para viver). Em muitos países africanos, o processo de urbanização ainda nem começou.
- A Urbanização na Europa- 75% das pessoas hoje vivem na Europa em media no total, a maior porcentagem dos 5 continentes. Algumas cidades chegam a quase 3000 anos de idade como Roma e Atenas so perdendo em idade para algumas cidades no Egito e Oriente Medio; Turquia e China e India. Sera analisado somente a partir do periodo romano, embora existissem cidades desde antes do periodo grego mas sem toda a europa e sem a unidade europeia. Os periodos sao o seguinte:
1) Romano e etrusco= seculo VIII a.C- II d.C, apice a partir do seculo II a.C 2) A 1a idade media e a retração urbana romano germanica medieval: seculo III d.C- X d.C 3) O renascimento urbano da idade media central dos seculos XI, XII e XIII 4) As cidades no renascimento: seculos XIV e XV 5) As cidades na idade moderna: seculos XVI a XVIII 6) As cidades no seculo XIX a XX
2) A retração da 1a idade media e a herança romano germanica na alta idade media
Por volta do seculo III d.C, o imperio romano que ja tinha o periodo de glorias como passado passa a se desfacelar tanto no ocidente(Galia, Iberia, Italia, Bretanha e Germania e Africa) como no oriente(Egito, Dacia, Tracia, Grecia, Macedonia, Palestina e Siria e Bizancio), mas sobretudo na parte mais ocidental os impactos foram maiores.
A economia romana de base sobretudo rural-latifundiaria-escravista em grandes propriedades rurais no ocidente tendendo quase a monocultura, chegou ao seu limite de contradições explicita, em por volta ja de meados do seculo III d.C pela decadencia do sistema escravista com o fim das conquistas, a queda do numero de escravos e o aumento de custo deles e dos produtos por eles gerados(inflação e crise monetaria e alimenticia), e com também: as crises economicas(escravismo, alimento e comercio) e a inflação acelerada nos seculos III, IV e V; o abandono de cidades e aldeias no ocidente a partir dos seculos II ou III, mas mais intenso no seculo IV e V; o fechamento das estradas que ligam as principais cidades por estarem abandonadas; a queda do rendimento econômico total no império gerado pela escravidão a partir da pax romana no seculo I e as crises de abastecimento de alimentos em todo o imperio e a capital a partir do seculo II, fez ocorrer um processo de "naturalização" da economia com o colonato ou uma ruralização, que dariam num futuro bem distante na genese do sistema feudal ocorrido 800 anos depois no qual um colono romano recebe do proprietário de terras alem de uma liberdade semi-servil, um pedaço de terra para cultivar, proteção e parte da produção na sua mão em troca de pagamentos e de um contrato fixado entre as partes a um proprietário que mais tarde viria a se tornar seu único senhor.
No ocidente as cidades criadas em estilo romano nos seculos I a.C e I d.C como Marselha; Londres; Paris; Bruges; Colonia; Dresden; Napoles e Roma foram inteiramente abandonas assim como varias aldeias e cidades medias ou entraram em retração econômica e demográfica, e o nível urbano no ocidente e o tamanho das maiores cidades no ocidente atinge seu ponto mais baixo em perto do ano 1000.
Enquanto no ano de 120 d.C a população na cidade de Roma era de aproximadamente 1,7 milhões, a maior do mundo e do ocidente,, em 650 e no ano 1000 chegou a apenas 20000 pessoas, entre o fim do seculo VII e inicio do XI, quase 90 vezes menos.
As cidades no ocidente(Europa), nessa 1a idade media, com a formação e consolidação do cristianismo no ocidente como religião oficial, a crise do império romano nos seculos III,IV e V e a formação da igreja como corpo politico do cristianismo, tendem a partir ja do seculo VI e VII d.C a ser sedes monasticas ou cidades monásticas com igrejas e monastérios e uma elite extra- mundana de monges e de entesourar obras da antiguidade clássica; relíquias e dinheiro.
Mesmo assim há exceções nesse período: com a invasão árabe na Peninsula Iberica a Iberia passa a ser regiao mais rica ; urbanizada e intelectualizada do ocidente nos seculos VIII, IX e X(por volta do ano 1000) com cidades como Toledo; Coimbra; Granada e Medina del Campo.
Milao e Ravena passam a ser importantes centros urbanos construidos com a decadencia, nos seculos IV e V e Ravena passa a ser a capital do imperio no seculo V.
O conceito de cidades nesse periodo ou é de um centro de retirada para monges (cristão arcaico) como os monasterios ou passa a ser o lugar de pessoas "mundanas" como judeus; banqueiros e mercadores
Na Europa e na América do Norte, a primeira fase da urbanização foi concluída entre as décadas de 30 e 50. Em alguns países da América Latina e Ásia, a urbanização está quase completa. Nos outros países asiáticos e latino-americanos, esse processo ainda e(pensa da antiga favela áreas onde os agricultores esperança de uma vida melhor para viver). Em muitos países africanos, o processo de urbanização ainda nem começou.
- A Urbanização na Europa- 75% das pessoas hoje vivem na Europa em media no total, a maior porcentagem dos 5 continentes. Algumas cidades chegam a quase 3000 anos de idade como Roma e Atenas so perdendo em idade para algumas cidades no Egito e Oriente Medio; Turquia e China e India. Sera analisado somente a partir do periodo romano, embora existissem cidades desde antes do periodo grego mas sem toda a europa e sem a unidade europeia. Os periodos sao o seguinte:
1) Romano e etrusco= seculo VIII a.C- II d.C, apice a partir do seculo II a.C 2) A 1a idade media e a retração urbana romano germanica medieval: seculo III d.C- X d.C 3) O renascimento urbano da idade media central dos seculos XI, XII e XIII 4) As cidades no renascimento: seculos XIV e XV 5) As cidades na idade moderna: seculos XVI a XVIII 6) As cidades no seculo XIX a XX
2) A retração da 1a idade media e a herança romano germanica na alta idade media
Por volta do seculo III d.C, o imperio romano que ja tinha o periodo de glorias como passado passa a se desfacelar tanto no ocidente(Galia, Iberia, Italia, Bretanha e Germania e Africa) como no oriente(Egito, Dacia, Tracia, Grecia, Macedonia, Palestina e Siria e Bizancio), mas sobretudo na parte mais ocidental os impactos foram maiores.
A economia romana de base sobretudo rural-latifundiaria-escravista em grandes propriedades rurais no ocidente tendendo quase a monocultura, chegou ao seu limite de contradições explicita, em por volta ja de meados do seculo III d.C pela decadencia do sistema escravista com o fim das conquistas, a queda do numero de escravos e o aumento de custo deles e dos produtos por eles gerados(inflação e crise monetaria e alimenticia), e com também: as crises economicas(escravismo, alimento e comercio) e a inflação acelerada nos seculos III, IV e V; o abandono de cidades e aldeias no ocidente a partir dos seculos II ou III, mas mais intenso no seculo IV e V; o fechamento das estradas que ligam as principais cidades por estarem abandonadas; a queda do rendimento econômico total no império gerado pela escravidão a partir da pax romana no seculo I e as crises de abastecimento de alimentos em todo o imperio e a capital a partir do seculo II, fez ocorrer um processo de "naturalização" da economia com o colonato ou uma ruralização, que dariam num futuro bem distante na genese do sistema feudal ocorrido 800 anos depois no qual um colono romano recebe do proprietário de terras alem de uma liberdade semi-servil, um pedaço de terra para cultivar, proteção e parte da produção na sua mão em troca de pagamentos e de um contrato fixado entre as partes a um proprietário que mais tarde viria a se tornar seu único senhor.
No ocidente as cidades criadas em estilo romano nos seculos I a.C e I d.C como Marselha; Londres; Paris; Bruges; Colonia; Dresden; Napoles e Roma foram inteiramente abandonas assim como varias aldeias e cidades medias ou entraram em retração econômica e demográfica, e o nível urbano no ocidente e o tamanho das maiores cidades no ocidente atinge seu ponto mais baixo em perto do ano 1000.
Enquanto no ano de 120 d.C a população na cidade de Roma era de aproximadamente 1,7 milhões, a maior do mundo e do ocidente,, em 650 e no ano 1000 chegou a apenas 20000 pessoas, entre o fim do seculo VII e inicio do XI, quase 90 vezes menos.
As cidades no ocidente(Europa), nessa 1a idade media, com a formação e consolidação do cristianismo no ocidente como religião oficial, a crise do império romano nos seculos III,IV e V e a formação da igreja como corpo politico do cristianismo, tendem a partir ja do seculo VI e VII d.C a ser sedes monasticas ou cidades monásticas com igrejas e monastérios e uma elite extra- mundana de monges e de entesourar obras da antiguidade clássica; relíquias e dinheiro.
Mesmo assim há exceções nesse período: com a invasão árabe na Peninsula Iberica a Iberia passa a ser regiao mais rica ; urbanizada e intelectualizada do ocidente nos seculos VIII, IX e X(por volta do ano 1000) com cidades como Toledo; Coimbra; Granada e Medina del Campo.
Milao e Ravena passam a ser importantes centros urbanos construidos com a decadencia, nos seculos IV e V e Ravena passa a ser a capital do imperio no seculo V.
O conceito de cidades nesse periodo ou é de um centro de retirada para monges (cristão arcaico) como os monasterios ou passa a ser o lugar de pessoas "mundanas" como judeus; banqueiros e mercadores
Conceito de cidade
A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Segundo esses filósofos, qualquer desequilíbrio na estrutura das cidade poderia significar perigo para a unidade e organização da sociedade. Para Ratzel, um dos fundadores da Geografia, ela representa uma forma de aglomeração durável. Utilizando-se o critério de Ratzel e incorporando este das atividades, podemos definir uma cidade da seguinte forma: é todo aglomerado permanente cujas atividades não se caracterizam como agrícolas. A grande concentração das atividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas atividades são atributos que permitem caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições, a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho coletivo em atividades não-agrícolas.
Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar. Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a do Estado.
Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar. Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a do Estado.
A urbanização brasileira
O surgimento e o crescimento das cidades brasileiras até o século XIX
Diferentemente da colonização portuguesa na América, os espanhóis incentivaram culturas altamente urbanizadas. De sua parte, os astecas no México, os maias na Guatemala e os incas no Peru apresentaram ao colonizador não somente paisagens de grandes monumentos arquitetônicos, como os templos e as estatuárias, mas também uma elevada concentração populacional em cidades com milhares de habitantes.
Quanto ao Brasil, o grande domínio da colonização portuguesa na América, as culturas encontradas no seu território caracterizavam-se por um estágio de desenvolvimento bastante diferente, sem nenhum vestígio de vida urbana, com os indígenas vivendo organizados em tribos de agricultores.
Característica expressiva da urbanização que marcou a colonização espanhola na América, o traçado em linhas retas das ruas e praças pode ser considerado como uma imposição do plano regular das cidades. Nele não se percebe nenhuma liberdade de adaptação desse traçado das ruas à sinuosidade do relevo, como também não se verifica nenhuma valorização simbólica dos lugares, a exemplo das cidades gregas e da região do Lácio, que valorizavam os sítios em acrópole. A cidade em tabuleiro de xadrez foi a expressão da necessidade de dominar o território conquistado.
Quanto à colonização portuguesa no Brasil, os estímulos foram diferentes para a produção do território e da sua urbanização. Nos primórdios da ocupação, sua economia, baseada na produção agrícola, era orientada para a exportação, daí as planícies e os terraços litorâneos terem sido escolhidos para a implantação dos primeiros núcleos urbanos. Os sítios escolhidos eram os localizados próximos à baías ou enseadas junto dessas planícies. As primeiras grandes cidades brasileiras estiveram intrinsecamente ligadas à função de porto comercial e à função militar. As condições de tais sítios favoreciam não somente a ligação com as áreas de produção agrícola como também o estabelecimento seguro de bases militares para garantir a posse da colônia. Exceções foram as cidades de São Paulo, nesse período, de Curitiba, no século XVII, e as cidades da mineração do século XVIII, que deslocaram o eixo da ocupação para o interior do território, como Ouro Preto em Minas Gerais e Goiás Velho em Goiás.
Enquanto as ordens espanholas mandavam evitar fundações de cidades em zonas litorâneas, as portuguesas proibiam que se fundassem cidades no interior sem permissão real, assim como qualquer penetração para o interior do território deveria ser expressamente autorizada.
Somente com a crise da agricultura em fins do século XVII e do XVIII, quando a mineração do ouro e da prata se expandiu, é que as ordenanças portuguesas se afrouxaram e foram fundadas cidades no interior do território brasileiro, como Vila Boa, hoje cidade de Goiás, no século XVIII, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva; Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais, fundada em 1711; Cuiabá, em Mato Grosso, fundada em 1727; Campinas, em São Paulo, elevada à condição de vila em 1797, também dentro do período do bandeirismo e da mineração do ouro.
Apesar de o século XVIII ter presenciado um grande avanço na fundação de vilas e cidades no interior do território brasileiro, esse processo se fez de forma muito descontínua, motivado tanto pela dependência do povoamento em relação às oscilações do mercado externo como também pelo esgotamento dos recursos ou pela concorrência de um produto com outro (caso da cana, da mineração e do café).
Foi um fenômeno constante a descontinuidade no crescimento das cidades do período colonial e mesmo durante o Império. Os recursos naturais, à medida que se esgotavam, levavam à estagnação desses centros. As grandes cidades mais bem localizadas sempre tiveram seu crescimento de forma mais contínuas, principalmente as portuárias. Estas podiam beneficiar-se de sua posição geográfica como centro de exportação de vários pequenos centros regionais, em que a estagnação de um era compensada pelo dinamismo de outro, e assim o grande centro conseguia sempre manter sua função exportadora. A cidade do Rio de Janeiro beneficiou-se da exportação de ouro e, quando este declinou, substitui-o pela exportação do café, que emergiu logo em seguida como o grande produto brasileiro.
Com a retomada do dinamismo do setor agrário da economia brasileira, no início do século XIX, as antigas cidades litorâneas retomaram seu ritmo de crescimento. A cana-de-açúcar, no Nordeste, permitiu que cidades como Salvador e Recife voltassem a crescer, garantindo-lhes o segundo e o terceiro lugares quanto ao número de habitantes entre as cidades brasileiras. O primeiro lugar passou para o Rio de Janeiro.
A transferência da Corte portuguesa para essa cidade, em 1808, não somente lhe permitiu o crescimento demográfico como também lhe garantiu uma transformação urbanística que a colocou muito próxima das cidades européias. Com a implantação da Corte, a criação da Academia Imperial de Belas Artes e a presença da Missão Cultural Francesa, o Brasil começou a viver momentos de transformação no perfil arquitetônico de suas principais cidades. Os edifícios públicos e a residência da Corte passaram a ser construídos segundo os modelos arquitetônicos neo-clássicos, isto é, segundo os padrões europeus.
As principais cidades, a partir da segunda metade do século XIX, passaram a receber uma enorme quantidade de melhorias técnicas, desde a implantação de sistema hidráulico, de iluminação, de transporte coletivos com tração animal e redes de esgoto até planos urbanísticos de logradouros públicos, praças e vias arborizadas.
Quanto ao Brasil, o grande domínio da colonização portuguesa na América, as culturas encontradas no seu território caracterizavam-se por um estágio de desenvolvimento bastante diferente, sem nenhum vestígio de vida urbana, com os indígenas vivendo organizados em tribos de agricultores.
Característica expressiva da urbanização que marcou a colonização espanhola na América, o traçado em linhas retas das ruas e praças pode ser considerado como uma imposição do plano regular das cidades. Nele não se percebe nenhuma liberdade de adaptação desse traçado das ruas à sinuosidade do relevo, como também não se verifica nenhuma valorização simbólica dos lugares, a exemplo das cidades gregas e da região do Lácio, que valorizavam os sítios em acrópole. A cidade em tabuleiro de xadrez foi a expressão da necessidade de dominar o território conquistado.
Quanto à colonização portuguesa no Brasil, os estímulos foram diferentes para a produção do território e da sua urbanização. Nos primórdios da ocupação, sua economia, baseada na produção agrícola, era orientada para a exportação, daí as planícies e os terraços litorâneos terem sido escolhidos para a implantação dos primeiros núcleos urbanos. Os sítios escolhidos eram os localizados próximos à baías ou enseadas junto dessas planícies. As primeiras grandes cidades brasileiras estiveram intrinsecamente ligadas à função de porto comercial e à função militar. As condições de tais sítios favoreciam não somente a ligação com as áreas de produção agrícola como também o estabelecimento seguro de bases militares para garantir a posse da colônia. Exceções foram as cidades de São Paulo, nesse período, de Curitiba, no século XVII, e as cidades da mineração do século XVIII, que deslocaram o eixo da ocupação para o interior do território, como Ouro Preto em Minas Gerais e Goiás Velho em Goiás.
Enquanto as ordens espanholas mandavam evitar fundações de cidades em zonas litorâneas, as portuguesas proibiam que se fundassem cidades no interior sem permissão real, assim como qualquer penetração para o interior do território deveria ser expressamente autorizada.
Somente com a crise da agricultura em fins do século XVII e do XVIII, quando a mineração do ouro e da prata se expandiu, é que as ordenanças portuguesas se afrouxaram e foram fundadas cidades no interior do território brasileiro, como Vila Boa, hoje cidade de Goiás, no século XVIII, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva; Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais, fundada em 1711; Cuiabá, em Mato Grosso, fundada em 1727; Campinas, em São Paulo, elevada à condição de vila em 1797, também dentro do período do bandeirismo e da mineração do ouro.
Apesar de o século XVIII ter presenciado um grande avanço na fundação de vilas e cidades no interior do território brasileiro, esse processo se fez de forma muito descontínua, motivado tanto pela dependência do povoamento em relação às oscilações do mercado externo como também pelo esgotamento dos recursos ou pela concorrência de um produto com outro (caso da cana, da mineração e do café).
Foi um fenômeno constante a descontinuidade no crescimento das cidades do período colonial e mesmo durante o Império. Os recursos naturais, à medida que se esgotavam, levavam à estagnação desses centros. As grandes cidades mais bem localizadas sempre tiveram seu crescimento de forma mais contínuas, principalmente as portuárias. Estas podiam beneficiar-se de sua posição geográfica como centro de exportação de vários pequenos centros regionais, em que a estagnação de um era compensada pelo dinamismo de outro, e assim o grande centro conseguia sempre manter sua função exportadora. A cidade do Rio de Janeiro beneficiou-se da exportação de ouro e, quando este declinou, substitui-o pela exportação do café, que emergiu logo em seguida como o grande produto brasileiro.
Com a retomada do dinamismo do setor agrário da economia brasileira, no início do século XIX, as antigas cidades litorâneas retomaram seu ritmo de crescimento. A cana-de-açúcar, no Nordeste, permitiu que cidades como Salvador e Recife voltassem a crescer, garantindo-lhes o segundo e o terceiro lugares quanto ao número de habitantes entre as cidades brasileiras. O primeiro lugar passou para o Rio de Janeiro.
A transferência da Corte portuguesa para essa cidade, em 1808, não somente lhe permitiu o crescimento demográfico como também lhe garantiu uma transformação urbanística que a colocou muito próxima das cidades européias. Com a implantação da Corte, a criação da Academia Imperial de Belas Artes e a presença da Missão Cultural Francesa, o Brasil começou a viver momentos de transformação no perfil arquitetônico de suas principais cidades. Os edifícios públicos e a residência da Corte passaram a ser construídos segundo os modelos arquitetônicos neo-clássicos, isto é, segundo os padrões europeus.
As principais cidades, a partir da segunda metade do século XIX, passaram a receber uma enorme quantidade de melhorias técnicas, desde a implantação de sistema hidráulico, de iluminação, de transporte coletivos com tração animal e redes de esgoto até planos urbanísticos de logradouros públicos, praças e vias arborizadas.
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