quarta-feira, 24 de junho de 2009

BRIC

BRIC é um acrônimo criado em novembro de 2001, pelo economista Jim O'Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, para designar, no relatório "Building Better Global Economic Brics", os quatro principais países emergentes do mundo:

- Brasil,

- Rússia,

- Índia,

- China.

Usando as últimas projeções demográficas e modelos de acumulação de capital e aumento de produtividade, o Goldman Sachs mapeou as economias dos países BRICs até 2050. A conclusão do relatório é que esse grupo de países pode tornar-se a maior força na economia mundial, superando as economias dos países do G6 (Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) em termos de valor do PIB (em dólares americanos). Além da importância econômica, os BRIC tenderiam a aumentar sua influência política e militar sobre o resto do mundo.
O estudo ressalta, no entanto, que cada um dos quatro enfrenta desafios diferentes para manter o crescimento na faixa desejável. Por isso, existe uma boa probabilidade das previsões não se concretizarem, por políticas inadequadas, simplesmente por má sorte ou ainda por erros nas projeções e falhas do próprio modelo matemático adotado.
Mas se os BRICs chegarem pelo menos perto das previsões, as implicações para a economia mundial serão grandes e mudanças podem ocorrer mais rapidamente do que se imagina. De acordo com o estudo, o grupo deverá concentrar mais de 40% da população mundial e um PIB de mais de 85 trilhões de dólares.
Atualmente os BRICs não formam um bloco político (como a União Europeia), nem uma aliança de comércio formal (como o Mercosul e a ALCA), e muito menos uma aliança militar (como a OTAN), mas constituíram uma aliança através de vários tratados de comércio e cooperação assinados em 2002.

Situação atual
Os BRIC, apesar de ainda não serem as maiores economias mundiais, estão em processo de desenvolvimento político e econômico e já fazem sentir sua influência - a exemplo do que ocorreu na reunião da OMC em 2005, quando os países em desenvolvimento, liderados por Brasil e Índia, juntaram-se aos países subdesenvolvidos para impor a retirada dos subsídios governamentais pela União Européia e pelos Estados Unidos, e a redução das tarifas de importação.
Mas há também muitas diferenças entre eles. Por exemplo: Rússia, Índia e China são grandes potências militares, ao contrário do Brasil, que nunca se engajou em uma corrida armamentista.

Perspectivas

Se considerado como um bloco econômico, em 2050, o grupo dos BRICs já poderá ter ultrapassado a União Européia e os Estados Unidos da América. Entre os países do grupo haveria uma clara divisão de funções. O Brasil e a Rússia seriam os maiores fornecedores de matérias-primas - o Brasil como grande produtor de alimentos e a Rússia, de petróleo - enquanto os serviços e produtos manufaturados seriam principalmente providos pela Índia e pela China, onde há grande concentração de mão-de-obra e tecnologia.
O Brasil desempenharia o papel de país exportador agropecuário, sendo que a sua produção de soja e de carne bovina seria suficiente para alimentar mais de 40% da população mundial. A cana-de-açúcar também desempenharia papel fundamental na produção de combustíveis renováveis e ambientalmente sustentáveis - como o álcool e o biodiesel. Além disso, seria o fornecedor preferencial de matérias-primas essenciais aos países em desenvolvimento - como petróleo, aço e alumínio -, sobretudo na América Latina e particularmente na área do Mercosul (Argentina, Venezuela, Paraguai, Uruguai), fortemente influenciada pelo Brasil. No entanto, talvez o mais importante trunfo do Brasil esteja em suas reservas naturais de água, em sua fauna e em sua flora, ímpares em todo o mundo, que tendem a ocupar o lugar do petróleo na lista de desejos dos líderes políticos de todos os países. O Brasil ficaria em 5.º lugar no ranking das maiores economias do mundo em 2050.
A Rússia desempenharia o papel de fornecedor de matérias-primas, notadamente hidrocarbonetos. Mas seria também de exportador de mão-de-obra altamente qualificada e de tecnologia, além de ser uma grande potência militar, característica herdada da Guerra Fria.
A Índia deve ter a maior média de crescimento entre os BRICs. Estima-se que em 2050 esteja no 3.º lugar no ranking das economias mundiais, atrás apenas de China (em 1.º) e dos EUA (em 2.º). Além de potência militar, o país tem uma grande população, e tem realizado vultosos investimentos em tecnologia e qualificação da mão-de obra, o que a qualificaria a concentrar no setor de serviços especializados.
A China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, tendo como base seu acelerado crescimento econômico sustentado durante todo início do século XXI. Dada a sua população e a disponibilidade de tecnologia, sua economia deve basear-se na indústria. Grande potência militar, a China se encontra atualmente num processo de transição do capitalismo de Estado para o capitalismo de mercado, processo que já deverá estar completado em 2050.
Nada se pode garantir sobre o futuro dos BRICs, pois todos os países estão vulneráveis a conflitos internos, governos corruptos e revoluções populares, mas, se nada de anormal acontecer, é possível prever uma economia mundial apolar, na qual a idéia de "norte rico, sul pobre" careceria de sentido.
Por conta da popularidade da teoria do Goldman Sachs, acabaram sendo cogitadas outras siglas, como BRIMC (Brasil, Rússia, Índia, México e China), BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e BRIIC (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia e China) incluindo México, África do Sul e Indonésia como nações com igual potencial de crescimento nas próximas décadas. A inclusão da principal economia africana no grupo pode significar uma importante mudança na ordem mundial - possivelmente, uma outra globalização.

www.wikipedia.org

Um comentário:

Anônimo disse...

BOM DIA PROFESSOR SOU CIENTISTA SOCIAL E VEJO QUE VC TEM UMA ENORME PREOCUPAÇÃO COM A EDUCAÇÃO, LEI ESTE ARTIGO QUE FIZ.
ASSISTI SUA AULA NO EQUIPE SANTANA



A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NUMA PERSPCTIVA EVOLUCIONISTA

Antonio Mesquita machado

“... Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir...”
Antonio Gramsci, 1917.

A educação brasileira tem ao longo dos anos sofrido várias modificações, que muitas vezes motivadas pelos mais variados representantes do Estado, tem exercido uma influencia determinante na sociedade. Estas variações fez com que os “tecnocratas políticos” da educação pudessem “ver” e “ sentir” a verdadeira necessidade do povo brasileiro. Desta forma, para fazer frente a tal linha de ação do Estado na educação, surgiram os mais variados programas e bolsas que passaram a fazer parte da vida dos alunos e da organização da escola. Além de “valorização do professor”
Com tantos programas e bolsas, faz-se o questionamento: “por que há tanta crítica quanto ao processo de ensino”. Respondendo a estas e vários outros questionamentos, os sindicatos,associações e a sociedade civil, vem debatendo a construção de uma educação de verdade, construída na coletividade e que tenha como foco a libertação, a emancipação e não a alienação como está sendo camuflado pelo estado. Desta forma, “... a educação também não é reduzida a fator, mas é concebida como prática social, uma atividade humana e histórica que se define no conjunto das relações sociais, no embate dos grupos ou classes sociais, sendo ela mesma forma especifica de relação social...” (FRIGOTTO, 2000. p.31,)
A proposta educacional defendida pelas mais variados atores sociais (ANFOPE, sindicatos estaduais, etc), está centrado no tripé social da educação: Público, gratuita e de qualidade. Esta proposta quebra o discurso do conservadorismo alienador, que desde o século passado vem acompanhando a educação brasileira.
Em se tratando das IFES, o debate se torna ainda mais forte, pois o que está se configurando no cenário brasileiro é a grande falta de financiamento do sistema de ensino superior. A defasagem neste seguimento de ensino reflete diretamente na sociedade. Com isso, o PNE havia estabelecido um percentual de 7 % do PIB para educação brasileira e 10% até o final de da década ( lei nº 10,172/2001), infelizmente esta proposta foi vetada por FHC.
Toda esta desvalorização do ensino público tem refletido diretamente na sociedade, que a cada ano vem sofrendo com a sombra do analfabetismo, o que vem aumentando os bolsões de pobreza e desigualdade. A constituição de 1988 reconhece a educação como direito das crianças pequenas, e dever do estado. Este principio constitucional contradizem a realidade vivida pela educação brasileira.
Esta histórica falta de investimento na educação, se apresenta de forma dramática na sociedade: em 1980 50% das crianças repetiam ou eram excluídas ao longo da 1º grau; 30% da população eram leigos analfabetos; 23% dos professores eram leigos e 30% das crianças estavam fora da escola. Neste mesmo período 8 milhões de crianças no 1º grau tinham mais de 14 anos , 60% de suas matrículas concentravam-se nas três primeiras que reuniam 73% das reprovações (SHIROMA,2002.p.44). Estes dados comprovam que ao longo da década de 80 o ensino brasileiro não atendeu as demandas educacionais da sociedade e não se enquadrou na proposta pensada pelos movimentos que defendiam uma educação emancipatória expressada no aluno crítico.
A LDB (lei de diretrizes e bases da educação)