sábado, 23 de fevereiro de 2013

Apostilas de Geografia - UNIVERSO



Do que trata a geografia? Qual seu objeto de estudo? Já houve quem dissesse que a geografia é a história do presente. Não é simplesmente isso. Claro que há semelhanças entre geografia e história. São duas ciências que tratam do homem: a primeira enfatiza a relação com o espaço e a Segunda, com o tempo.
É no espaço geográfico que o homem constrói suas complexas relações, convivendo com a natureza e modificando-a. Dessa forma, o espaço geográfico pode ser natural ou humanizado.
A preocupação maior da geografia é entender o homem, seu relacionamento com a natureza e com os outros homens; de que forma cada sociedade humana estrutura e organiza seu espaço e a integração com outras sociedades, promovendo trocas culturais e econômicas.
Assim, a geografia trata de estruturas socioeconômicas, relações entre trabalhadores, formas de produção e de desenvolvimento tecnológico.
Nessa teia de relações, a geografia se coloca como forma de saber privilegiado sobre a realidade, procurando entende-la e propondo alternativas para diminuir ou eliminar desigualdades regionais, sociais, impactos ambientais, criando justiça social e aproveitamento racional no uso dos recursos naturais.

UNIVERSO

·         Origem do universo
Antes da teoria da relatividade concebia-se um universo estático e imutável. Inspirado na teoria de Einstein, George Gamow elaborou a teoria do Big Bang (grande explosão), apresentada ao mundo em 1948.
Segundo essa teoria, o universo surgiu de uma explosão, entre 15 e 20 bilhões de anos atrás. Teve origem em gigantescas concentrações de energia, gerando uma expansão que dura até hoje.



·         Galáxias
São regiões do universo onde se aglomeram planetas, estrelas, gases, etc. Todos esses elementos giram em torno de um mesmo centro. Os cálculos atuais indicam a existência de aproximadamente 100 bilhões de galáxias que, juntas, forma o universo. As mais famosas são: Via Láctea, onde está localizado o Sistema Solar, e Andrômeda. Ambas são visíveis a olho nu.



·         Astros
São corpos que giram no espaço, classificados de acordo com a luminosidade.
Iluminados ou opacos: não possuem luz própria, recebendo luz das estrelas. São os planetas, asteróides, satélites naturais, etc.
Luminosos: são geradores da própria luz e do calor, como as estrelas.



·         Constelações
São agrupamentos fictícios de estrelas definidos pelos seres humanos desde a antiguidade.



·         Estrelas
São corpos celestes de forma esférica que irradiam luz e calor. São formados por dois gases principais: hidrogênio e hélio, que entram em reação nuclear.
É possível classificar as estrelas de acordo com seu brilho, que indica também sua idade.



·         Sistema solar
O sistema solar é composta por nove planetas que giram ao redor do Sol, além de asteróides, meteoros, cometas e satélites naturais. O Sol desloca-se em direção a lugar não identificado do espaço, levando consigo todo o Sistema Solar.



O Sol é uma estrela de Quinta grandeza e média idade (aproximadamente 5 bilhões de anos). Essencial para a vida no planeta Terra, emite radiação na forma de calor, parte dele visível na forma de luz.

 
O Sol é composto de hidrogênio e hélio. No centro, o hidrogênio está constantemente sendo transformado em hélio. Uma reação nuclear libera a energia que se dirige para a superfície do Sol e, depois, para o espaço, na forma de radiação.

 
O heliocentrismo, teoria que sustenta ser o Sol o centro do Universo, concebe que todos os astros, inclusive as estrelas, giram em torno do Sol, hipótese lançada por Aristóteles, no século V a.C., apresentada pela primeira vez pelo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.).



Essa idéia foi posteriormente ignorada na idade média. O dogmatismo da Igreja medieval era tão forte que temia qualquer hipótese ou estudo científico que questionasse a visão bíblica da criação, expressa no Gênesis. Os pensadores medievais aceitavam apenas a doutrina apresentada por Cláudio Ptolomeu na obra Almagesto, pela qual a Terra era o centro do Universo (Geocentrismo) e demonstrava, com razoável precisão, a posição dos planetas visíveis a olho nu. Quatorze séculos depois, o padre Nicolau Copérnico rejeitou o sistema ptolomaico, relançando o heliocentrismo.

·         Lua: nosso satélite natural
Com volume 49 vezes menor que nosso planeta, não pode reter atmosfera nem água. Sua força gravitacional corresponde a 1/6 da gravidade da Terra.
É o astro mais próximo da Terra: em média 384 mil quilômetros.



A Lua é um astro iluminado. Assim, a luminosidade que vemos da Terra é a reflexão da luz do Sol. O potencial de reflexão, denominado albedo, é de 7%.

·         Movimentos da Lua
-          Rotação: realiza-se em torno do próprio eixo, com duração de 27 dias, 7 horas e 43 minutos.
-          Revolução: realiza-se ao redor da Terra em 27 dias, 7 horas e 43 minutos.
-          Translação: movimento que a Lua realiza acompanhando a Terra ao redor do Sol, no período de um ano.
A perfeita sincronia entre os movimentos de rotação e translação faz a Lua apresentar sempre a mesma face voltada para a Terra.


·         Fases da Lua
De acordo com o movimento de translação da Lua, a face voltada para a Terra é iluminada pelo Sol de diferentes formas.


-          Lua nova: posição de conjunção. Não é possível observá-la porque se encontra entre o Sol e a Terra.
-          Lua quarto crescente: posição de primeira quadratura. Teoricamente, uma Quarta parte de sua superfície pode ser observada, das 12 horas até meia noite.
-          Lua cheia: posição de oposição. Observa-se metade de sua superfície iluminada entre 18 horas e 6 horas.
-          Lua quarto minguante: posição de segunda quadratura. É possível observá-la da meia-noite até o meio-dia, em teoria.

·         Eclipses
Os eclipses acontecem quando Lua, Sol e Terra estão alinhados. Assim, os astros podem provocar eclipses somente em duas fases da Lua: Lua nova (conjunção) e Lua cheia (oposição).
Quando os três astros estão alinhados num mesmo plano da órbita, um deles pode ser oculto por outro, total ou parcialmente. O astro oculto pode ser o Sol (eclipse solar) ou a Lua (eclipse lunar).
-          Eclipse solar: ocorre quando a Lua se encontra entre a Terra e o Sol (conjunção). A Lua projeta um cone de sombra sobre a Terra.
-          Eclipse lunar: ocorre quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua (oposição). A terra projeta sua sombra na Lua impedindo que ela reflita a luz do Sol. 

 

·         Marés
Os movimentos da Lua e da Terra, bem como a força gravitacional, exercem influência sobre as águas do planeta. O oceano (menos denso) é atraído pela passagem da Lua, ocasionando sua rápida subida. Esse movimento denomina-se maré. Além da atração gravitacional da Lua, também há atração do Sol.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Estudo relaciona consumo de álcool com vítimas de trânsito e de agressão

Uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas em pronto-socorros públicos no país confirmou ter ingerido bebida alcoólica ou apresenta sinais de embriaguez. Já entre os brasileiros atendidos após episódios de agressão, esse percentual sobe para 49%.
É o que indica o estudo Viva, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (19) com base em dados colhidos em outubro de 2011 em 71 pronto-socorros públicos distribuídos nas 27 capitais.
Ao total, o ministério avaliou a situação de 47,5 mil vítimas atendidas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Os dados detalhados mostram que o álcool foi vinculado a 22,3% dos condutores atendidos, 21,4% dos pedestres e a 17,7% dos passageiros. Quem bebeu momentos antes do acidente ficou mais sujeito a ser hospitalizado e a morrer, aponta o estudo.
Entre os casos estudados, 56,8% dos acidentados atendidos se locomoviam em motocicletas.
Entre as vítimas de agressão, é mais alto o percentual de vinculação ao álcool: 49% das pessoas atendidas após uma agressão informaram ter ingerido bebida alcoólica ou demonstravam sinais de embriaguez.
Para o ministro Alexandre Padilha (Saúde), esse dado afasta a ideia de que o álcool está ligado apenas a quem agride.
Em ambas as situações --tanto álcool quanto agressão--, o maior número de vítimas se concentra na faixa de 20 a 39 anos.
 
ESCOLARIDADE
O levantamento do Viva apontou, ainda, um importante percentual de vítimas de acidentes de trânsito e de agressões com bom grau de instrução.
Segundo o ministério, 28% das vítimas de agressões e 40% das vítimas do trânsito tinham, em 2011, entre 9 e 11 anos de escolaridade.
O ministro Padilha disse acreditar que há uma tendência nos últimos anos de redução das internações por acidentes de trânsito na rede pública proporcionalmente à frota de veículos.
"São dados preliminares, mas que indicam que os Estados que apertaram a blitz em função da lei seca conseguiram uma redução no número de internações e óbitos decorrentes de acidentes no trânsito."

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1233161-estudo-relaciona-consumo-de-alcool-com-vitimas-de-transito-e-de-agressao.shtml

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Apostilas de Geografia - RELEVO TERRESTRE



·         Agentes modificadores do relevo
A geomorfologia estuda o relevo. Assim, ela se relaciona intimamente com a geologia e a geografia. Enquanto a primeira fornece vários conhecimentos relativos às rochas e aos minerais, ao tectonismo, ao vulcanismo, às estruturas geológicas; a Segunda fornece subsídios importantes sobre o clima e suas relações com as formas e evolução do relevo, a ocupação humana, a produção do espaço geográfico e suas conseqüências ambientais, entre outros.

-          Agentes internos ou endógenos
São as forças internas do planeta, causadas pelas pressão e altas temperaturas das camadas mais profundas. Geralmente essas manifestações são violentas e rápidas, como é o caso dos terremotos e vulcões. Esses movimentos são construtores e modificadores do relevo terrestre, podendo levar milhões de anos ou apenas um dia.


a)      Tectonismo
Também denominado diastrofismo (distorção), caracteriza-se por movimentos lentos e prolongados que acontecem no interior da crosta terrestre, produzindo deformações nas rochas. Esses movimentos podem ocorrer na forma vertical (epirogênese) ou na horizontal (orogênese).
A epirogênese ou falhamento consiste em movimentos verticais que provocam pressão sobre as camadas rochosas resistentes e de pouca plasticidade, causando rebaixamentos ou soerguimentos da crosta continental. São movimentos lentos que não podem ser observados de forma direta, pois requerem milhares de ano para que ocorram.

 
A orogênese ou dobramento caracteriza-se por movimentos horizontais de grande intensidade que correspondem aos deslocamentos da crosta terrestre. Quando tais pressões são exercidas em rochas maleáveis, surgem os dobramentos, que dão origem às cordilheiras. Os Alpes e o Himalaia, dentre outras, originaram-se dos movimentos orogênicos.

b)      Vulcanismo
Vulcão é uma elevação cônica terminada em cratera, formada por uma fenda na crosta terrestre, por meio da qual massas rochosas em fusão e gases procedentes do interior da Terra atingem a superfície do planeta, por um condutor ou canal denominado chaminé.
Os vulcões são comuns em zonas de encontro das placas tectônicas. Existem , no planeta, duas áreas onde se concentram: uma é a região do Círculo de Fogo do Pacífico (da Cordilheira dos Andes às Filipinas); a outra, o Círculo de Fogo do Atlântico (da América Central, passando pelas Antilhas, até Açores e Cabo Verde).


Quando um vulcão entra em erupção, ele expele lavas, gases e material piroclástico. Lava é a massa de rocha fundida à temperatura média de 600 a 1000ºC. A emissão de gases é uma forma encontrada pela natureza para aliviar as fortes pressões internas. O material piroclástico compõem-se de fragmentos de rochas lançados a centenas de metros de altura. Principais tipos:
-          Cinzas: de aspecto arenoso, podem permanecer suspensas na atmosfera por longo tempo. Ao depositarem-se sobre a superfície terrestre, tornam o solo muito fértil.
-          Lapílis: fragmentos de lava que podem chegar à superfície na forma sólida ou pastosa.
-          Bombas vulcânicas: grandes blocos de lava que solidificam no ar.

c)       Abalos sísmicos
São movimentos vibratórios provocados pelos desmoronamentos internos da crosta terrestre e propagam-se em todas as direções em forma de ondas sísmicas, que chegam à superfície e podem ser registradas pelos sismógrafos.
Nos últimos anos, os cientistas voltaram sua atenção para localidades assoladas por terremotos que causaram grandes danos materiais, além de numerosas vítimas. Terremotos ou sismos são catástrofes naturais ante as quais não se tem defesa ou proteção.


O ponto do interior da Terra onde se origina o terremoto denomina-se hipocentro ou foco, e o ponto na superfície terrestre onde ele alcança maior intensidade, epicentro.
Se o epicentro estiver no fundo do mar, forma-se um tsunami, nome japonês dado às ondas gigantescas (maremotos), que chegam a atingir 30 metros de altura, propagando-se a grandes velocidades e arrasando zonas litorâneas. Esses fenômenos são freqüentes na costa asiática do Pacífico.
No decorrer de um ano, registram-se milhões de abalos sísmicos; aproximadamente 5.000 são percebidos pelo homem. Os efeitos dos tremores são variados: abrem fraturas no solo, desviam as correntezas dos rios, destroem parcial ou totalmente cidades, contorcem as vias férreas. No entanto, o efeito mais terrível é a perda de vidas humanas.


No Brasil os terremotos são raros em razão de o país estar localizado no centro de uma grande placa tectônica e os abalos ocorrerem nos limites das placas.
A intensidade de um terremoto é medida por uma escala numérica crescente. A mais utilizada é a escala de Richter, com graus de intensidade que variam de 1 a 9. Do ponto de vista científico, um ponto na escala Richter é imperceptível, não causando danos nem é sentido, entretanto a intensidade de 9 graus pode provocar uma catástrofe sem precedentes.

-          Agentes externos ou exógenos
Existem agentes externos, na superfície terrestre, que modificam o relevo, não tão rapidamente como os vulcões ou terremotos, mas sua ação contínua transforma lenta e ininterruptamente todas as paisagens da Terra. A ação dos ventos, do intemperismo e da água sobre a crosta terrestre determinam a erosão.
   A intensidade da erosão é determinada pela resistência das rochas e pela ação e energia do agente erosivo. Assim, por exemplo, certas regiões desérticas são submetidas a enormes diferenças de temperatura. Durante o dia ela chega a alcançar mais de 40ºC e à noite, devido à perda de calor, menos de 0ºC. Essas mudanças bruscas produzem finas aberturas nas rochas, que pouco a pouco, dividem-se em partes e destroem-se.


O vento é outro agente de erosão. Sua ação engloba três fases: a de desgaste da rocha (erosão), determinando curiosas formas nas paisagens; a de transporte de materiais resultantes dessa erosão e, por fim, a deposição desses sedimentos, dando origem a outra forma de relevo.
A água, em seus estados líquido e sólido, atua sobre o relevo. As águas da chuva e do degelo, ao deslizarem pelo solo, assumem grande importância ao transformarem-se em rios torrenciais.
A ação erosiva de um rio é extremamente destrutiva em seu curso superior, pois aí se encontram os maiores declives. O desgaste diminui à medida que se vai aproximando das planícies.
O mar também atua como grande agente do relevo, na formação de praias ou no desgaste de encostas, que no Brasil são conhecidas como falésias.


Mas, sem sombra de dúvidas, o agente externo que mais tem transformado o relevo tem sido o homem, através de grandes obras, da mineração, da urbanização, dentre outros fatores. O que a natureza levou bilhões de anos para formar o homem levas anos ou menos para modificar ou mesmo destruir.

·         Formas de relevo
As formas de relevo na superfície terrestre são muito variadas, no entanto destacamos quatro principais: planície, planalto, depressão e montanha.


a)      Planície
Relevo plano, de poucos declive e altura, a planície corresponde a uma bacia de sedimentação que se acumulou no passado, e continua se acumulando pelos depósitos sedimentares deixados pelos rios, mares e ventos. Essa forma de relevo é encontrada ao longo dos rios, e próximo a lagos e mares, onde o trabalho de erosão é mais intenso. Sua altitude aproximada é de 0 a 200 m acima do nível domar. A planície é o tipo de relevo preferido pelo homem para viver - 96% da população da Terra habitam regiões planas.


b)      Planalto
O planalto apresenta relevo de altitudes elevadas, superfície quase plana e altura variada, onde o processo de erosão supera o de sedimentação. Pode surgir entre cadeias montanhosas. Para essa forma de relevo, geralmente se considera um mínimo de 500 m de altitude. As bordas dos planaltos podem apresentar-se sob forma de paredões abruptos (escarpas) ou rampas suaves. No Brasil, os planaltos têm altura modesta.
Muitas culturas, como as dos incas e astecas, se desenvolveram em planaltos. Nas zonas tropicais e equatoriais, o homem busca esse tipo de relevo para sua moradia, pois ali encontra boas condições climáticas determinadas pela altura. São bons exemplos a Cidade do México, a 2.276m, e Quito (Equador), a 2.800m de altitude.



c)       Montanha
É uma grande elevação da crosta terrestre. Semelhante a um cone. Montanhas em série formam cadeias ou cordilheiras. As maiores cordilheiras são as dos Andes e do Himalaia. Por sua formação geológica recente, apresentam alturas elevadas e cumes pontiagudos.
As montanhas sempre despertaram o espírito ousado e curioso do homem, que tentou conquistá-las, muitas vezes com esforços sobre humanos. A conquista do Everest, a mais alta montanha da cadeia do Himalaia, com 8.848m de altitude, foi conseguida, pela primeira vez, por Sir Edmund Hillary, 1953.

d)      Depressão
Relevo situado abaixo do nível do mar ou de terras circundantes. As depressões podem ser relativas ou absolutas. Consideram-se depressões absolutas as áreas continentais abaixo do nível do mar. As relativas encontram-se acima do nível do mar, porém a uma altura inferior à da superfície vizinha.