domingo, 28 de junho de 2009

Energia solar

Energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de energia luminosa (e, em certo sentido, da energia térmica) proveniente do Sol, e posterior transformação dessa energia captada em alguma forma utilizável pelo homem, seja diretamente para aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica.
No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1 410 W/m² de energia, medição feita numa superfície normal (em ângulo reto) com o Sol. Disso, aproximadamente 19% é absorvido pela atmosfera e 35% é refletido pelas nuvens. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz ultravioleta.
As plantas utilizam diretamente essa energia no processo de fotossíntese. Nós usamos essa energia quando queimamos lenha ou combustíveis minerais. Existem técnicas experimentais para criar combustível a partir da absorção da luz solar em uma reação química de modo similar à fotossíntese vegetal - mas sem a presença destes organismos.

Tipos de energia solar
Os métodos de captura da energia solar classificam-se em directos ou indirectos:
Directo significa que há apenas uma transformação para fazer da energia solar um tipo de energia utilizável pelo homem. Exemplos:
A energia solar atinge uma célula fotovoltaica criando eletricidade. (A conversão a partir de células fotovoltaicas é classificada como directa, apesar de que a energia elétrica gerada precisará de nova conversão - em energia luminosa ou mecânica, por exemplo - para se fazer útil.)
A energia solar atinge uma superfície escura e é transformada em calor, que aquecerá uma quantidade de água, por exemplo - esse princípio é muito utilizado em aquecedores solares.
- Indirecto significa que precisará haver mais de uma transformação para que surja energia utilizável. Exemplo: Sistemas que controlam automaticamente cortinas, de acordo com a disponibilidade de luz do Sol.
Também se classificam em passivos e activos:
- Sistemas passivos são geralmente directos, apesar de envolverem (algumas vezes) fluxo em convecção, que é tecnicamente uma conversão de calor em energia mecânica.
- Sistemas activos são sistemas que apelam ao auxílio de dispositivos elétricos, mecânicos ou químicos para aumentar a efectividade da coleta. Sistemas indirectos são quase sempre também activos.

Vantagens e desvantagens da energia solar
Vantagens
- A energia solar não polui durante seu uso. A poluição decorrente da fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente controlável utilizando as formas de controles existentes atualmente.
- As centrais necessitam de manutenção mínima.
- Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que seu custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução economicamente viável.
- A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.
- Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável em praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de produção energética, sua utilização ajuda a diminuir a demanda energética nestes e consequentemente a perda de energia que ocorreria na transmissão.
Desvantagens
- Os preços são muito elevados em relação aos outros meios de energia.
- Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação atmosférica (chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.
- Locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia e Sul da Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de inverno devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura de nuvens (Curitiba, Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade.
- As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), a energia hidroelétrica (água) e a biomassa (bagaço da cana ou bagaço da laranja).

Energia solar no mundo
Em 2004 a capacidade instalada mundial de energia solar era de 2,6 GW, cerca de 18% da capacidade instalada de Itaipu. Os principais países produtores, curiosamente, estão situados em latitudes médias e altas. O maior produtor mundial era o Japão (com 1,13 GW instalados), seguido da Alemanha (com 794 MWp) e Estados Unidos (365 MW)[1].
Entrou em funcionamento em 27 de Março de 2007 a Central Solar Fotovoltaica de Serpa (CSFS), a maior unidade do género do Mundo. Fica situada na freguesia de Brinches, Alentejo, Portugal, numa das áreas de maior exposição solar da Europa. Tem capacidade instalada de 11 MW, suficiente para abastecer cerca de oito mil habitações.
Entretanto está projectada e já em fase de construção outra central com cerca de seis vezes a capacidade de produção desta, também no Alentejo, em Amareleja, concelho de Moura.
Muito mais ambicioso é o projecto australiano de uma central de 154 MW, capaz de satisfazer o consumo de 45 000 casas. Esta situar-se-á em Victoria e prevê-se que entre em funcionamento em 2013, com o primeiro estágio pronto em 2010. A redução de emissão de gases de estufa conseguida por esta fonte de energia limpa será de 400 000 toneladas por ano.

Evolução da energia solar fotovoltaica
A primeira geração fotovoltaica consiste numa camada única e de grande superfície p-n díodo de junção, capaz de gerar energia eléctrica utilizável a partir de fontes de luz com os comprimentos de onda da luz solar. Estas células são normalmente feitas utilizando placas de silício. A primeira geração de células constituem a tecnologia dominante na sua produção comercial, representando mais de 86% do mercado.
A segunda geração de materiais fotovoltaicos está baseada no uso de películas finas de depósitos de semi-condutores. A vantagem de utilizar estas películas é a de reduzir a quantidade de materiais necessários para as produzir, bem como de custos. Actualmente (2006), existem diferentes tecnologias e materiais semicondutores em investigação ou em produção de massa, como o silício amorfo, silício poli-cristalino ou micro-cristalino, telurido de cádmio, copper indium selenide/sulfide. Tipicamente, as eficiências das células solares de películas são baixas quando comparadas com as de silício compacto, mas os custos de manufatura são também mais baixos, pelo que se pode atingir um preço mais reduzido por watt. Outra vantagem da reduzida massa é o menor suporte que é necessário quando se colocam os painéis nos telhados e permite arrumá-los e dispô-los em materiais flexíveis, como os têxteis.
A terceira geração fotovoltaica é muito diferente das duas anteriores, definida por utilizar semicondutores que dependam da junção p-n para separar partículas carregadas por fotogestão. Estes novos dispositivos incluem células fotoelectroquímicas e células de nanocristais.

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Energia azul

Energia azul é a energia obtida da diferença entre a concentração de sal entre a água do mar e a do rio com o uso de eletrodiálise reversa (EDR) (ou osmose) com membranas específicas para cada tipo de íons. O resíduo deste processo, é água salobra.

A tecnologia de EDR foi confirmada em condições laboratoriais. Como em outras tecnologias, o custo da membrana foi um obstáculo. Uma membrana nova e mais barata, baseada em polietileno eletricamente modificado, permitiu seu uso comercial. Com isso a energia azul, é considerada mais uma das novas energias que no futuro, quando se esgotarem as energias não-renovaveis, nos trará energia.

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Energia maremotriz


Energia maremotriz é o modo de geração de eletricidade através da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés. Dois tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.

Em qualquer local a superfície do oceano oscila entre pontos altos e baixo, chamados marés, a cada 12h e 25min. Em certas baías e estuários, como junto ao Monte Saint-Michel , no estuário do rio Rance, na França, ou em São Luís, no Brasil, essas marés são bastante amplificadas, podendo atingir alturas da ordem de 15 metros. As gigantescas massas de água que cobrem dois terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar imaginável. As marés, originadas pela atração lunar, também representam uma tentadora fonte energética. Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar — hoje ou no futuro, mesmo considerando que o consumo global simplesmente dobra de dez em dez anos.[carece de fontes?] A energia das marés é obtida de modo semelhante ao da energia hidrelétrica.

Trata-se de uma obra complexa de Engenharia hidráulica. Constrói-se uma barragem, formando-se um reservatório junto ao mar. Quando a maré é alta, a água enche o reservatório, passando através da turbina hidráulica, tipo bulbo, e produzindo energia elétrica. Na maré baixa, o reservatório é esvaziado e a água que sai do reservatório passa novamente através da turbina, em sentido contrário, produzindo a energia elétrica. Este tipo de fonte é também usado no Japão, na França e na Inglaterra. A primeira usina maremotriz construída no mundo para geração de electricidade foi a de La Rance, em 1963 e antes de 1500, em Lameiras município de Sintra para uso direto em moendas.

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sábado, 27 de junho de 2009

Iraque reforça segurança antes de retirada americana

As autoridades do Iraque estão reforçando a segurança no país em preparação para o fim do prazo para a retirada das tropas americanas das cidades iraquianas, na próxima terça-feira.

As forças americanas já deixaram muitas bases em cidades como Bagdá, mas manterão posições em localidades rurais não muito afastadas das cidades, permitindo um deslocamento rápido se houver um chamado por parte das forças iraquianas.

O governo iraquiano cancelou todas as férias de policiais e convocou novos contingentes militares, em meio a uma onda de ataques a bomba nesta semana que deixaram ao menos 250 pessoas mortas.

O primeiro-ministro Nouri Maliki disse que os ataques tinham como objetivo elevar as tensões sectárias no país.

Mas ele se disse confiante de que seu governo poderá garantir a segurança nas cidades do país após a retirada americana.

“(Os responsáveis pelos ataques) querem varrer a alegria dos corações do povo iraquiano. Eles revelaram suas verdadeiras intenções”, afirmou Maliki.

“Mas isso não vai dobrar nossa determinação e vontade para o que acertamos – ou seja, para o retorno das responsabilidades de segurança para nossas forças militares e policiais”, disse.

Acordo

Um acordo entre os Estados Unidos e o governo iraquiano prevê que a maioria dos 133 mil militares americanos no Iraque deixem as ruas das cidades e se mantenham concentrados em suas bases a partir do dia 30 de junho.

O plano dos Estados Unidos prevê o fim das operações de combate no Iraque até setembro de 2010 e a retirada de todas as tropas americanas no país até o fim de 2011.

Em preparação para a retirada americana desta terça-feira, as autoridades iraquianas estão dando uma atenção particular ao controle dos acessos a mercados.

Esses locais têm sido alvos preferenciais de ataques a bomba que têm como objetivo deixar o maior número possível de vítimas.

A maioria dos ataques têm sido promovidos contra bairros e locais sagrados da maioria xiita.

O premiê iraquiano, que é xiita, acusa militantes extremistas sunitas ligados à rede Al Qaeda pelos ataques recentes.

Ele pediu que a população se junte em uma demonstração de unidade nacional contra as provocações.

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Hidrelétrica de Três Gargantas

A Hidroelétrica de Três Gargantas (em chinês simplificado: 长江三峡大坝; chinês tradicional: 長江三峽大壩; pinyin: Chángjiāng Sānxiá Dà Bà) é a maior central hidroeléctrica do mundo, construída no Rio Yangtzé, o maior da China. A obra foi concluída em 20 de maio de 2006, seis meses antes do prazo previsto. Foi aplicado um rígido controle de qualidade, para garantir que a obra não tenha nenhum risco potencial na sua futura operação. A obra das Três Gargantas tem como funções a prevenção de enchentes, a geração de energia e facilitar o transporte fluvial, por isso ela desempenha um papel importante no desenvolvimento socioeconômico da China.

História
A construção da Barragem das Três Gargantas foi iniciada em 1993. Até fins de 2004, quatro turbinas entraram em funcionamento. Em 2009, com 26 turbinas instaladas, a capacidade concebida da barragem deverá ser de 18.200 megawatts, ultrapassando a potência de Itaipu, até então a maior barragem hidroelétrica em potência instalada no mundo. Entretanto, o Rio Paraná, onde Itaipu esta istalada, tem um fluxo de água maior e mais regular do que o Rio Yang-Tsé, onde se localiza a usina de Três Gargantas
O vertedouro está projetado para ter uma vazão de 110.000 m³/s e vai ser, junto com o da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, o maior do mundo em vazão. Diversas empresas brasileiras de consultoria participaram no projeto, tendo em vista a vasta experiência do Brasil com as grandes usinas de Itaipu e Tucuruí, dentre outras. Empresas brasileiras também participam das obras civis.
O construtor Wu Chuanlin, com cerca de 50 anos, começou a lidar com a obra em 1996. "Participei da construção de várias obras, e a usina das Três Gargantas é a maior que vi até agora. Tenho honra e orgulho por ter participado desta gigante obra que marca a história chinesa."
Segundo o cronograma de construção, em novembro de 2004, foi efetuada a segunda represa provisória, e em 2005, o reservatório começou a encher. A eclusa entrou em funcionamento e o primeiro grupo de geradores começou a funcionar, entrando parcialmente em funcionamento.
Ao ser concluída, a obra das Três Gargantas passou a ter como função a prevenção de enchentes, a geração de energia e facilitar o transporte fluvial, e por isso, ela desempenha um papel importante no futuro desenvolvimento sócio-econômico da China.
Desde o início da construção, o governo chinês e os engenheiros priorizaram a qualidade da obra. Comentando isso, um dos diretores do Projeto das Três Gargantas, Cao Guangjing, disse que a obra é umas das mais difíceis do mundo e na história. Durante o processo de construção, ocorreram alguns problemas, porém já foram resolvidos, e não vão deixar riscos potenciais na obra. "Temos um complexo controle de qualidade. Primeiro, as construtoras realizam uma auto-avaliação, segundo, há empresas que fazem a supervisão, terceiro, a nossa corporação, também vai verificar os resultados dos exames, e quarto, funcionam três centros técnicos e uma comissão de controle de qualidade para realizar o macro-controle em toda a obra. Além disso, a construção está submetida à supervisão de um grupo especial do Conselho de Estado, que inspeciona o projeto duas vezes por ano."
Entre todas as medidas, a mais importante é a instituição supervisora independente. Xu Chunyun, engenheiro que trabalha na entidade de supervisão disse: "Colocamos até 293 supervisores no canteiro da obra, que trabalham 24 horas por dia, assegurando que há sempre um supervisor acompanhando o processo de construção." Além disso, há quatro auditoras chinesas de prestígio trabalhando no setor, e outras empresas estrangeiras, entre elas a Electricite de France, o Bureau Veritas e a Empresa Spie, também da França e a empresa americana Harza.
Usina hidrelétrica das Três Gargantas será concluída neste ano
2008-01-04 Yichang, China, 4 jan (Xinhua) -- A construção do Projeto das Três Gargantas, a maior usina hidrelétrica do mundo, será concluída até o fim deste ano, com todos os seus geradores instalados, anunciou quinta-feira o empreendedor do projeto. Cao Guangjing, vice-gerente da Companhia de Desenvolvimento do Projeto das Três Gargantas no Rio Yangtzen, na China, disse quinta-feira à Xinhua que a agenda de trabalho para este ano já foi finalizada e submetida às autoridades relevantes para a aprovação. "A maior parte do trabalho de construção estará pronta para inspeções até o final de 2008", acrescentou Cao. O nível da água do reservatório subirá para 175 metros pela primeira vez em setembro deste ano, o que permitirá ao projeto desempenhar uma papel decisivo no controle de inundações. Todas as 12 turbinas na margem direita do gigante projeto serão instaladas e entrarão em operação até dezembro, deixando para o ano que vem somente os trabalhos de projetos anexos, como a instalação de eclusas e a construção de uma oficina elétrica subterrânea, cuja conclusão está programada para 2014 e 2010, respectivamente, revelou Cao. A colocação de concreto no principal dique do projeto, com 2.309 metros de comprimento e 185 metros de altura, foi concluída em maio de 2006. Naquela ocasião, Cao anunciou que o projeto poderia ser concluído em 2008, um ano antes do previsto. O projeto custou cerca de US$ 22,5 bilhões e é o maior projeto de controle de água. Foram recrutadas 26 mil pessoas, incluindo profissionais e especialistas do país todo, para trabalhar na obra.

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Energia renovável

A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos não-renováveis. São conhecidas pela imensa quantidade de energia que contêm, e porque são capazes de se regenerar por meios naturais.

Exemplos de Fontes
- O Sol: energia solar
- O vento: energia eólica
- Os rios e correntes de água doce: energia hidráulica
- Os mares e oceanos: energia maremotriz
- As ondas: energia das ondas
- A matéria orgânica: biomassa, biocombustível
- O calor da Terra: energia geotérmica
- Água salobra: energia azul

As energias renováveis são consideradas como energias alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu menor impacto ambiental.

Fontes de Energia
As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: permanentes (renováveis) e temporários (não-renováveis). Em princípio, as fontes permanentes são aquelas que têm origem solar. Ainda assim, o conceito de renovabilidade depende da escala temporal que está a ser utilizado e os padrões de utilização dos recursos.
Assim, são considerados os combustíveis fósseis não-renováveis já que a taxa de utilização é muito superior à taxa de formação do recurso propriamente dito.

Não-Renováveis
Os combustíveis fósseis são fontes não-renováveis de energia: não é possível repor o que gastamos. Em algum momento vão acabar e podem ser necessários milhões de anos de evolução semelhante para poder contar novamente com eles. São aqueles cujas reservas são limitadas e estão sendo devastadas com a utilização. As principais são a energia nuclear e os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão).

Combustíveis Fósseis
Os combustíveis fósseis podem ser usados na forma sólida (carvão), líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). Segundo a teoria mais aceite, foram formados por acumulações de seres vivos que viveram há milhões de anos e que foram fossilizados formando carvão ou hidrocarboneto. No caso do carvão se trata de bosques e florestas nas zonas úmidas e, no caso do petróleo e do gás natural de grandes massas de plâncton acumuladas no fundo de bacias marinhas ou lacustres. Em ambos os casos, a matéria orgânica foi parcialmente decomposta, pela acção da temperatura, pressão e certas bactérias, na ausência de oxigênio, de forma que foram armazenadas moléculas com ligações de alta energia.
Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam exploradas, e as "reservas prováveis", que poderão ser descobertas com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o planeta pode fornecer energia para mais 40 anos (se for usado apenas o petróleo) e mais de 200 (se continuar a usar carvão).

Energia Nuclear
Os núcleos atômicos de elementos pesados como o urânio, podem ser desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia radiante e cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para produzir electricidade utilizando turbinas a vapor.
Uma consequência da actividade de produção deste tipo de energia, são os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos para perder a radioatividade.


Renováveis
Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-prima elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a fabricação do álcool e também de vários outros vegetais como a mamona utilizado para a fabricação do biodiesel ou outros óleos vegetais que podem ser usados diretamente em motores diesel com algumas adaptações.

Energia Hidráulica
energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens construídas em cursos de água (exemplo, a barragem do Alqueva). É encontrada sob a forma de energia cinética, sob diferenças de temperatura ou gradientes de salinidade e que pode ser aproveitada e utilizada. Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa que o ar, requer um lento fluxo corrente de água, ou ondas de mar moderadas, que podem produzir uma quantidade considerável de energia. O potencial da energia acumulada nas cachoeiras pode ser convertido em eletricidade. As centrais hidroelétricas aproveitam a energia dos rios para funcionar uma turbina que move um gerador elétrico.

Biomassa
A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e eléctrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel. A formação de biomassa a partir de energia solar é realizada pelo processo denominado fotossíntese, pelas plantas que, por sua vez, está acionando a cadeia biológica. Através da fotossíntese, plantas que contêm clorofila transformam o dióxido de carbono e a água mineral a partir de produtos sem valor energético, em materiais orgânicos com alto teor energético e, por sua vez, servem de alimento para os outros seres vivos. A biomassa através destes processos armazena a curto prazo a energia solar sob a forma de carbono. A energia armazenada no processo fotossintético pode ser posteriormente transformada em calor, eletricidade ou combustível a partir de plantas, liberando novamente o dióxido de carbono armazenado.

Energia Solar
A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada com paineis solares. É uma fonte de vida e de origem da maioria das outras formas de energia na Terra. A cada ano a radiação solar trazida para a terra leva energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia consumida pela humanidade. Escolhendo uma boa radiação solar, esta pode ser transformada em outras formas de energia como calor ou eletricidade usando painéis solares.
Através de colectores solares, a energia solar pode ser transformada em energia térmica, e usando painéis fotovoltaicos a energia luminosa pode ser convertida em energia eléctrica. Ambos os processos não têm nada a ver uns com os outros em termos de sua tecnologia. Mesmo assim, as centrais térmicas solares utilizam energia solar térmica a partir de colectores solares para gerar eletricidade.
Há dois componentes na radiação solar: radiação directa e radiação difusa. A radiação directa é a que vem diretamente do sol, sem reflexões ou refrações intermediárias. A difusa, é emitida pelo céu durante o dia, graças aos muitos fenómenos de reflexão e refração da atmosfera solar, nas nuvens, e os restantes elementos do atmosférico e terrestre. A radiação refletida direta pode ser concentrada e de utilização, embora não seja possível concentrar dispersa a luz que vem de todas as direções. No entanto, tanto a radiação direta quanto a radiação difusa são utilizáveis.
É possível diferenciar entre receptores ativos e passivos na qual os primeiros utilizam mecanismos para orientar o sistema receptor rumo ao sol (chamado seguidor) para melhor atrair a radiação directa.
Uma grande vantagem da energia solar é que ele permite a geração de energia, no mesmo local de consumo, através da integração da arquitetura. Assim, poderemos levar a sistemas de geração distribuída, em que quase eliminar completamente as perdas ligadas aos transportes, que representam actualmente cerca de 40% do total, e a dependência energética.

Energia Eólica
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas.
O vento vem da palavra latina aeolicus, pertencente ou relativo à Eolo , deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento. A energia eólica tem sido utilizado desde a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de máquinas para movimentação das suas fábricas de pás. É uma espécie de energia verde.
A energia eólica está associada com o movimento das massas de ar que movem a partir de zonas de alta pressão do ar para as zonas adjacentes de baixa pressão, com velocidades proporcionais a gradiente de pressão.

Energia Geotérmica
A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção de electricidade e calor. Exemplo: central geotérmica da Ribeira Grande (Açores).
Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento. A energia geotérmica é aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor dentro da terra. O calor dentro da terra ocorre devido a vários fatores, entre eles o gradiente geotérmico e o calor radiogênico. Geotérmica provém do grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra".
Energia Maremotriz
A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis da água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. Esta diferença de altura pode ser explorada em locais estratégicos como os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas hidráulicas na circulação natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de depósito, para avançar sobre um eixo. Através da sua ligação a um alternador, o sistema pode ser usado para a geração de eletricidade, transformando, assim, a energia das marés, em energia elétrica, uma energia mais útil e aproveitável.
A energia das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de energia primária não está esgotada pela sua exploração e, é limpa, uma vez que, na transformação de energia não produz poluentes derivados na fase operacional. No entanto, a relação entre a quantidade de energia que pode ser obtida com os actuais meios económicos e os custos e o impacto ambiental da instalação de dispositivos para o seu processo impediram uma notável proliferação deste tipo de energia.
Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas oceânicas são, a energia produzida pelo movimento das ondas do oceano e de energia devido ao gradiente térmico, que faz uma diferença de temperatura entre as águas superficiais e profundas do oceano.

Energia do Hidrogênio
A energia do hidrogênio é a energia que se obtém da combinação do hidrogênio com o oxigênio produzindo vapor de água e libertando energia que é convertida em eletricidade. Existem alguns veículos que são movidos a hidrogênio.

Vantagens e Desvantagens
Energias Ecológicas
As fontes de energia renováveis são diferentes dos combustíveis fósseis ou centrais nucleares em razão da sua diversidade e abundância. Acredita-se que o Sol irá fornecer estas fontes de energia (radiação solar, vento, chuva, etc.) Ao longo dos próximos quatro bilhões de anos. A primeira vantagem de certa quantidade de recursos energéticos renováveis é que não produzem emissões de gases de efeito estufa nem outras emissões, ao contrário do que acontece com os combustíveis, sejam fósseis ou renováveis. Algumas fontes não emitem dióxido de carbono adicional, exceto aqueles necessários para a construção e operação, e não apresenta quaisquer riscos adicionais, tais como a ameaça nuclear.
No entanto, alguns sistemas de energias renováveis geram problemas ecológicos particulares. Assim, as primeiras turbinas eólicas estavam perigosas para as aves, como as suas lâminas giravam muito rapidamente, enquanto as hidroeléctricas podem criar barreiras à migração de certos peixes, um problema grave em muitos rios do mundo (nos rios na região noroeste da América do Norte que desembocam para o Oceano Pacífico, a população de salmão diminuiu drasticamente).

Natureza Difusa
Um problema inerente à energia renovável é o seu caráter difuso, com exceção da energia geotérmica, que, no entanto, só está disponível quando a crosta é fina, como as fontes quentes e gêiseres.
Uma vez que algumas das fontes de energia renováveis proporcionam uma energia de uma relativamente baixa intensidade, distribuídas em grandes áreas, são necessários novos tipos de "centrais" para transformá-los em fontes utilizáveis. Para 1.000 kWh de electricidade, consumo anual per capita nos países ocidentais, o proprietário de uma casa localizada em uma zona nublada da Europa tem de instalar oito metros quadrados de painéis fotovoltaicos (supondo um rendimento médio de 12,5% da energia).
No entanto, com quatro metros quadrados de coletores solares térmicos, um lar pode chegar muito da energia necessária para a água quente sanitária, porém, devido ao aproveitamento da simultaneidade, os prédios de apartamentos podem alcançar o mesmo retorno com menor superfície de colectores e, sobretudo, com muito menor investimento por agregado familiar.

Irregularidade
A produção de energia eléctrica exige uma permanente fonte de energia confiável ou suporte de armazenamento (bomba hidráulica para armazenamento, baterias, futuras pilhas de hidrogénio, etc). Assim, devido ao elevado custo do armazenamento de energia, um pequeno sistema autônomo é raramente econômico, exceto em situações isoladas, quando a ligação à rede de energia implica custos mais elevados.

Fontes Renováveis Poluentes
Em termos de biomassa, é certo que armazena um ativo de dióxido de carbono, formando a sua massa com ele e liberando o oxigênio de novo, enquanto para queimar novamente, combinam-se o carbono com o oxigénio para formar o dióxido de carbono novamente. Teoricamente o ciclo fechado não teria emissões de dióxido de carbono, apesar das emissões serem o produto de combustão fixo na nova biomassa. Na prática, é empregada a energia poluente no plantio, na colheita e na transformação, pelo que o saldo é negativo.
Além disso, a biomassa não é verdadeiramente inesgotável, mesmo sendo renovável. A sua utilização pode ser feita apenas em casos limitados. Há dúvidas quanto à capacidade da agricultura para fornecer as quantidades de massa vegetal necessário, seesta fonte se popularizar, que está se demonstrando pelo aumento de preços de grãos, devido à sua utilização para a produção de biocombustíveis. Por outro lado, todos os biocombustíveis produzidos produzem maior quantidade de dióxido de carbono por unidade de energia produzida ao equivalente fóssil.
A energia geotérmica é muito restrita, não só geograficamente, mas algumas das suas fontes são consideradas poluentes. Isso ocorre porque a extração de água subterrânea em altas temperaturas geradas pelo arrastar para a superfície de sais minerais indesejáveis e tóxicos.

Diversidade Geográfica
A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns países e regiões são significativamente melhores do que outros recursos, nomeadamente no setor das energias renováveis. Alguns países têm recursos significativos perto dos principais centros de habitação em que a procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em grande escala requer, no entanto, investimentos consideráveis no tratamento e redes de distribuição, bem como na casa de produção. Além disso, diferentes países têm diferentes potencialidades energéticas, este fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em prática.

Administração das Redes Eléctricas
Se a produção de electricidade a partir de fontes renováveis está generalizada, os sistemas de distribuição e transformação não seriam tão grandes distribuidores de electricidade, mas funcionariam localmente, a fim de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os que possuem energia em excesso venderiam aos sectores com déficit, quer dizer, o funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva", onde alguns produtores estão ligados e que o sistema é orientado para obter electricidade "descendente" para o consumidor, para a gestão "ativa", onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do sistema local. Isso iria exigir grandes mudanças na forma de gerir as redes.
No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas vezes podem ocorrer no local, reduz a necessidade de ter sistemas de distribuição de electricidade. Actuais sistemas, raramente e economicamente rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema solar com armazenamento de energia, e painéis de dimensão suficiente, só tem que recorrer a fontes externas de energia eléctrica em algumas horas por semana. Portanto, aqueles que apóiam a energia renovável pensam que a electricidade dos sistemas de distribuição deveriam ser menos importantes e mais fáceis de controlar.

A Integração na Paisagem
Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual sobre o meio ambiente local. Algumas pessoas odeiam a estética de turbinas eólicas e mencionam a conservação da natureza quando se fala das grandes instalações solares eléctricas fora das grandes cidades. No entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de vento", que em seu tempo, eram amostras bem visíveis da tecnologia disponível.
Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e esteticamente satisfatória: os painéis solares fixos podem duplicar as barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos disponíveis e poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e produzir energia, e assim por diante.

Contraponto
Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto ambiental. As grandes hidroelétricas acarretam em enorme impacto ambiental e social, como é o caso por exemplo da Barragem das Três Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilómetros quadrados de terras.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Brasil como superpotência emergente

A República Federativa do Brasil é considerada, em âmbito internacional, uma potência emergente, devido a seu contingente populacional e ao rápido crescimento econômico por que tem passado nos últimos anos.

Fatores favoráveis

Fatores econômicos
O Brasil é a 8ª maior economia do mundo. Nos últimos anos o país conquistou estabilidade econômica, atraindo investimentos estrangeiros. Em 2006, o PIB brasileiro atingiu a marca de 1,888 trilhões de dólares passando países como Espanha, Canadá, Itália e França e se aproximando do Reino Unido. As exportações triplicaram em quatro anos de aproximadamente 60 bilhões de dólares em 2002 para mais de 216 bilhões de dólares em 2007. O Brasil é o maior detentor de bacias de águas doce do mundo e possui a 9ª maior reserva de petróleo do mundo após a descoberta em Novembro de 2007 na bacia de Santos. Suas reservas econômicas internacionais estão na cifra de 222 bilhões de dólares. O real se consolidou como uma moeda forte e de intensa atuação na zona latino americana. É um dos maiores fomentadores de atividades (fora os países desenvolvidos) nos continentes americano e africano através do BNDES e empresas públicas e privadas. Possui empresas de abrangência mundial nos campos petrolífero (Petrobras), exploração mineral (Vale do Rio Doce), construção de aviões (Embraer), siderurgia (Gerdau) e telecomunicações (Rede Globo), o que lhe oferece razoável vantagem em penetração comercial em diversos continentes.
O Brasil é uma das nações G4, que buscam cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

Fatores geográficos
O Brasil possui a quinta maior população do mundo (Lista de países por população) e também a quinta maior extensão de terra do mundo (Lista de países por área). O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, contando com cerca de 18% da biota global (2), um litoral de mais de 7.000 km, que permite um fácil escoamento da produção para o oceano Atlântico através dos vários portos existentes no país, e uma diversidade climática que propicia variada produção agrícola e industrial.

Fatores militares
O Brasil nunca passou por um momento histórico que o obrigasse a se militarizar, exceto durante a Guerra do Paraguai, sempre tendo boas relações com todos os países, mas este quadro tende a mudar devido ao objetivo do Brasil de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil está coordenando a maior atividade militar em atuação no continente americano, estando à frente da MINUSTAH, força de paz (estabilizadora) atuando no Haiti. O país não possui ogivas nucleares, mas é o único pais da América Latina que domina o uso da energia nuclear. Os gastos do Brasil com as forças armadas chegam a 13,94 bilhões de dólares, mas as previsões são de que em 2008 foram investidos em torno de 18 bilhões de dólares. O país também possui um grande número de soldados, já que o alistamento no país é obrigatório, fazendo do exército brasileiro um dos maiores do mundo. O país tem a maior aeronáutica, marinha e exército da América Latina e mantem distinta superioridade em aparatos militares, com exceção na força aérea, onde Chile, Peru e Venezuela possuem relativa paridade devido a aquisições recentes.

Fatores contrários
Há vários fatores que podem impedir o crescimento brasileiro como gastos públicos altos, burocracia e tributação elevadas. O país tem problemas com a baixa qualidade da educação, infra-estrutura não satisfatória, diferenças regionais acentuadas e alta concentração de renda. Além disso, a corrupção política e a violência no Brasil são muito grandes, exigindo políticas mais eficazes no campo social, que ainda não vieram.

BRIC

BRIC é um acrônimo criado em novembro de 2001, pelo economista Jim O'Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, para designar, no relatório "Building Better Global Economic Brics", os quatro principais países emergentes do mundo:

- Brasil,

- Rússia,

- Índia,

- China.

Usando as últimas projeções demográficas e modelos de acumulação de capital e aumento de produtividade, o Goldman Sachs mapeou as economias dos países BRICs até 2050. A conclusão do relatório é que esse grupo de países pode tornar-se a maior força na economia mundial, superando as economias dos países do G6 (Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) em termos de valor do PIB (em dólares americanos). Além da importância econômica, os BRIC tenderiam a aumentar sua influência política e militar sobre o resto do mundo.
O estudo ressalta, no entanto, que cada um dos quatro enfrenta desafios diferentes para manter o crescimento na faixa desejável. Por isso, existe uma boa probabilidade das previsões não se concretizarem, por políticas inadequadas, simplesmente por má sorte ou ainda por erros nas projeções e falhas do próprio modelo matemático adotado.
Mas se os BRICs chegarem pelo menos perto das previsões, as implicações para a economia mundial serão grandes e mudanças podem ocorrer mais rapidamente do que se imagina. De acordo com o estudo, o grupo deverá concentrar mais de 40% da população mundial e um PIB de mais de 85 trilhões de dólares.
Atualmente os BRICs não formam um bloco político (como a União Europeia), nem uma aliança de comércio formal (como o Mercosul e a ALCA), e muito menos uma aliança militar (como a OTAN), mas constituíram uma aliança através de vários tratados de comércio e cooperação assinados em 2002.

Situação atual
Os BRIC, apesar de ainda não serem as maiores economias mundiais, estão em processo de desenvolvimento político e econômico e já fazem sentir sua influência - a exemplo do que ocorreu na reunião da OMC em 2005, quando os países em desenvolvimento, liderados por Brasil e Índia, juntaram-se aos países subdesenvolvidos para impor a retirada dos subsídios governamentais pela União Européia e pelos Estados Unidos, e a redução das tarifas de importação.
Mas há também muitas diferenças entre eles. Por exemplo: Rússia, Índia e China são grandes potências militares, ao contrário do Brasil, que nunca se engajou em uma corrida armamentista.

Perspectivas

Se considerado como um bloco econômico, em 2050, o grupo dos BRICs já poderá ter ultrapassado a União Européia e os Estados Unidos da América. Entre os países do grupo haveria uma clara divisão de funções. O Brasil e a Rússia seriam os maiores fornecedores de matérias-primas - o Brasil como grande produtor de alimentos e a Rússia, de petróleo - enquanto os serviços e produtos manufaturados seriam principalmente providos pela Índia e pela China, onde há grande concentração de mão-de-obra e tecnologia.
O Brasil desempenharia o papel de país exportador agropecuário, sendo que a sua produção de soja e de carne bovina seria suficiente para alimentar mais de 40% da população mundial. A cana-de-açúcar também desempenharia papel fundamental na produção de combustíveis renováveis e ambientalmente sustentáveis - como o álcool e o biodiesel. Além disso, seria o fornecedor preferencial de matérias-primas essenciais aos países em desenvolvimento - como petróleo, aço e alumínio -, sobretudo na América Latina e particularmente na área do Mercosul (Argentina, Venezuela, Paraguai, Uruguai), fortemente influenciada pelo Brasil. No entanto, talvez o mais importante trunfo do Brasil esteja em suas reservas naturais de água, em sua fauna e em sua flora, ímpares em todo o mundo, que tendem a ocupar o lugar do petróleo na lista de desejos dos líderes políticos de todos os países. O Brasil ficaria em 5.º lugar no ranking das maiores economias do mundo em 2050.
A Rússia desempenharia o papel de fornecedor de matérias-primas, notadamente hidrocarbonetos. Mas seria também de exportador de mão-de-obra altamente qualificada e de tecnologia, além de ser uma grande potência militar, característica herdada da Guerra Fria.
A Índia deve ter a maior média de crescimento entre os BRICs. Estima-se que em 2050 esteja no 3.º lugar no ranking das economias mundiais, atrás apenas de China (em 1.º) e dos EUA (em 2.º). Além de potência militar, o país tem uma grande população, e tem realizado vultosos investimentos em tecnologia e qualificação da mão-de obra, o que a qualificaria a concentrar no setor de serviços especializados.
A China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, tendo como base seu acelerado crescimento econômico sustentado durante todo início do século XXI. Dada a sua população e a disponibilidade de tecnologia, sua economia deve basear-se na indústria. Grande potência militar, a China se encontra atualmente num processo de transição do capitalismo de Estado para o capitalismo de mercado, processo que já deverá estar completado em 2050.
Nada se pode garantir sobre o futuro dos BRICs, pois todos os países estão vulneráveis a conflitos internos, governos corruptos e revoluções populares, mas, se nada de anormal acontecer, é possível prever uma economia mundial apolar, na qual a idéia de "norte rico, sul pobre" careceria de sentido.
Por conta da popularidade da teoria do Goldman Sachs, acabaram sendo cogitadas outras siglas, como BRIMC (Brasil, Rússia, Índia, México e China), BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e BRIIC (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia e China) incluindo México, África do Sul e Indonésia como nações com igual potencial de crescimento nas próximas décadas. A inclusão da principal economia africana no grupo pode significar uma importante mudança na ordem mundial - possivelmente, uma outra globalização.

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Despedida de Imperatriz/Maranhão

Depois de morar por quase oito anos em Imperatriz resolvi partir, essa decisão se deve a vários fatores, que incluem questões pessoais, profissionais e políticas.
Fui muito feliz e infeliz nesta cidade, gostei muito de ter morado aqui, porém o ciclo chegou ao fim.
Gostaria de deixar um grande abraço a todas as pessoas que aqui conheci e com as quais convivi, queria também pedir desculpas a todos que ofendi ou desrespeitei, saudades levarei comigo de muitas pessoas, mas o tempo é o senhor do destino e ele apaga tudo, ou quase tudo, além do que manterei contato sempre com as pessoas do coração e nunca deixarei de dar umas voltinhas pela cidade de Imperatriz.
Beijos Imperatriz e a todos que me acolheram com carinho e respeito.

Saudações Libertárias!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Revolução Ucraniana

A Revolução Ucraniana foi a tentativa de implantação do Comunismo libertário pela guerrilha liderada por Nestor Makhno na Ucrânia, durante o período de guerra civil entre 1917 e 1921. Esse período coincidiu com os acontecimentos da Revolução Russa de 1917-1921, e terminou com a derrota do movimento por força do Exército Vermelho sob o comando do Partido Comunista russo e a criação da URSS.
A primeira tentativa de implantação do comunismo libertário deu-se durante a Revolução Russa de 1917-1921, na região onde atualmente localiza-se a Ucrânia. O movimento iniciou-se no vilarejo de Gulai-Polé, sob a influência do anarquista Nestor Makhno, e se alastrou pelas regiões vizinhas de Aleksandrovsk até alcançar Kiev. Makhno foi eleito presidente do soviete de Gulai-Polé em agosto de 1917, e organizou uma pequena milícia para expropriar os latifúndios e dividi-los entre os camponeses mais pobres. Após o tratado de Brest-Litovsk de 1918, que cedeu a Ucrânia ao Império Austro-Húngaro, uma nova milícia Makhnovista se formou e executou com sucesso ações de guerrilha contra o exército invasor. Com o armistício de Novembro de 1918, as tropas estrangeiras retiraram-se. A milícia Makhnovista se voltou contra o líder nacionalista ucraniano Petliura. Em seguida, Petliura foi derrotado pelo Exército Vermelho, e durante o embate entre Vermelhos e Brancos, Gulai-Polé ficou sob o domínio dos Makhnovistas, pois nenhuma outra facção era forte o suficiente para atacá-los.
Makhno aproveitou a calmaria para convocar congressos de camponeses com a finalidade de reformar a sociedade com vistas a implantar o comunismo libertário. Entretanto, as discussões se voltaram principalmente para a defesa da região contra outros exércitos, já que havia uma guerra civil. O poder real permaneceu com o grupo de Makhno. Atos de anti-semitismo, muito comuns na época, passaram a ser punidos com a pena de morte. Aconteceram esforços para se criar uma economia de trocas livres entre o campo (Gulai-Polé, Aleksandrovsk) e a cidade (Kiev, Moscou, Petrogrado).
A calmaria terminou em 15 de Junho de 1919, quando, após atritos menores entre Makhnovistas e Vermelhos, o IV Congresso Regional de Gulai-Polé convidou os soldados da base do Exército Vermelho a enviar representantes. Isto foi um desafio direto à hierarquia de comando Comunista, já que aquele exército não funcionava, como o Makhnovista, em regime de democracia direta. Em 4 de Julho um decreto do governo comunista proibiu o congresso e tornou o movimento Makhnovista ilegal. As tropas comunistas atacaram Gulai-Polé e dissolveram as comunas criadas na região. Poucos dias depois as forças de Denikin chegaram à região, obrigando a ambas facções a aliarem-se novamente.
Durante os meses de Agosto e Setembro, Denikin avancou a passo firme em direção a Moscou, enquanto Makhnovistas e comunistas eram obrigados a retroceder, chegando até as fronteiras ocidentais da Ucrânia. Então, em Setembro de 1919, Makhno surpreende Denikin lançando um ataque vitorioso à aldeia de Peregonovka, perto da cidade de Uman, cortando as linhas de abastecimento do general branco e semeando pânico e desordem na retaguarda. Este foi o primeiro revés sério sofrido por Denikin em sua campanha, e ao final do ano o Exército Vermelho o forçaria a bater em retirada até as margens do Mar Negro.
O clímax da Revolução Ucraniana aconteceu nos meses que se seguiram à vitória em Peregonovka. Durante os meses de Outubro e Novembro, Makhno se viu em poder das cidades de Ekaterinoslav e Aleksandrovsk, e esta foi sua primeira oportunidade de aplicar a concepção anarquista em ambiente urbano. O primeiro ato de Makhno após entrar nessas cidades (após esvaziar as prisões) foi (...) colocar cartazes anunciando aos cidadãos que a partir de este momento eram livres para organizarem suas vidas conforme preferissem, e que o Exército Insurgente "não lhes ditaria nem ordenaria nada". Se proclamaram a liberdade de imprensa, palavra e reunião, e em Ekaterinoslav surgiram imediatamente meia dezena de periódicos que representavam uma ampla gama de tendências políticas. Mas Makhno, embora fomentasse a liberdade de expressão, não estava disposto a tolerar aquelas organizações políticas que tratavam de impôr sua autoridade sobre o povo. Portanto dissolveu os "comitês revolucionários" dos Bolcheviques em Ekaterinoslav e Aleksandrovsk, aconselhando seus membros a se dedicarem a "algum trabalho honesto". (Paul Avrich)
Entretanto, a classe operária urbana não respondeu ao movimento Makhnovista com o mesmo entusiasmo dos camponeses, e ao final de 1919, as relações com o governo comunista voltaram a azedar. Ao negar-se a abandonar o território ucraniano por ordem de Trotsky, o movimento Makhnovista foi novamente declarado ilegal. O Exército Vermelho então voltou a combatê-los, e durante os oito meses que se seguiram ambos os lados sofreram pesadas baixas. Então, em Outubro de 1920, o barão Wrangel, sucessor de Denikin no Sul, lançou uma importante ofensiva, partindo da Criméia rumo ao Norte. Novamente o Exército Vermelho solicitou a ajuda dos Makhnovistas, e novamente a frágil aliança se refez. Menos de um mês mais tarde, já com a guerra civil ganha, a aliança foi desfeita. Em 25 de Novembro, os líderes do exército de Makhno, reunidos na Criméia por ocasião da vitória sobre Wrangel, foram presos e executados sumariamente. No dia seguinte, por ordem de Trotsky, Gulai-Polé foi atacada e os Makhnovistas presos ou executados. Makhno conseguiu fugir e se exilar na França.

Referências
- Avrich, P. (1974). Los Anarquistas Rusos. Madrid: Alianza Editorial.

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Desobediência civil

Desobediência civil é um método de oposição e resistência pacífica ou violenta a um poder político (seja o Estado ou não), geralmente visto como opressor pelos desobedientes. É um conceito formulado originalmente por Henry David Thoreau e aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão.

Aspectos gerais
O autor americano Henry David Thoreau foi o pioneiro a estabelecer a teoria relativa dessa prática em seu ensaio de 1849, originalmente intitulado "Resistência ao Governo Civil", que mais tarde reintitulou "Desobediência Civil". A idéia predominante abrangida pelo ensaio era de auto-aprovação e de como alguém pode estar em boas condições morais enquanto "escraviza ou faz sofrer um outro homem"; então não precisamos lutar fisicamente contra o governo, mas sim não apoiá-lo nem deixar que ele o apóie estando você contra ele. Este ensaio exerceu uma grande influência sobre muitos praticantes da desobediência civil. No ensaio, Thoreau explicitou suas razões porque se recusara a pagar seus impostos, como um ato de protesto contra a escravidão e contra a Guerra Mexicana.
Vale ressaltar, no entanto, que antes de Thoreau, existiram outros que, através de teorias próprias mas acessórias a outras teses principais, também esposaram atos que demonstram atos de desobediência civil, como faz Antígona, na peça Grega de Sófocles. Também outros teóricos, em especial do Iluminismo trataram de possibilidades de desobediência quando apresentavam suas obras de cunho político e jurídico acerca da formação do Estado e da submissão do povo a este, como Hobbes, Rousseau, Locke e Kant. Contudo, Thoreau, foi o primeiro a tratar especificamente da desobediência à ordem instituída, e quando tal seria aplicável, desenvolvendo uma teoria própria para isso.
A desobediência civil serviu como uma tática principal aos movimentos nacionalistas em antigas colonias da África e Ásia, antes de adquirirem a liberdade. O mais notável, Mahatma Gandhi, usou a desobediência civil como uma ferramenta anti colonialista. Martin Luther King, líder do movimento dos direitos civis dos Estados Unidos nos anos da década de 1960, também adotou as técnicas da desobediência civil e ativistas anti-guerra, tanto durante quanto depois da Guerra do Vietnã, também agiram igualmente.
Paradas de demonstração de opinião e protestos, como as campanhas anti-guerra que ocorreram contra a invasão ao Iraque não são necessariamente desobediência civil, pois muitos cidadãos que dessas campanhas participam continuam apoiando o governo de outras formas.
A desobediência civil serviu também como uma tática da oposição polonesa contra os comunistas. (ver "solidariedade").
Muitos dos que praticam a desobediência civil o fazem desprovidos de crença religiosa e o clero frequentemente participa ou lidera ações de desobediência civil. Por exemplo: os irmãos Berrigan nos Estados unidos, são padres que já foram diversas vezes presos em atos de desobediência civil em manifestações contra a guerra.
Buscando uma forma ativa de resistência, aqueles que praticam a desobediência civil escolhem deliberadamente por quebrar certas leis, seja formando piquetes pacíficos ou ocupando ilegalmente algum prédio. Fazem isso na expectativa de que serão presos, ou até mesmo atacados pela autoridade. Existem métodos já estudados de como reagir a ataques e tentativas de prisão, de maneira que possam fazê-lo sem resistência, passivamente, sem problemas para as autoridades.

Aspectos jurídicos
A Desobediência Civil, de acordo com alguns teóricos juristas brasileiros e estrangeiros, como Maria Garcia, Machado Paupério e Nelson Nery da Costa, é uma das formas de expressão do Direito de Resistência, sendo esta uma espécie de Direito de Exceção que, embora tenha cunho jurídico, não necessita de leis para garanti-lo, uma vez que se trata de um meio de garantir outros direitos básicos. Ele tem lugar quando as instituições públicas não estão cumprindo seu fiel papel e quando não existem outros remédios legais possíveis que garantam o exercício de direitos naturais, como a vida, a liberdade e a integridade física.
Além da Desobediência Civil, também são exemplos de resistência o Direto de Greve (para proteger os direitos homogêneos dos trabalhadores) e o Direito de Revolução (para resguardar o direito do povo exercer a sua soberania quando a mesma é ofendida).

Referências Bibliográficas
- COSTA, Nelson Nery da. Teoria e Realidade da Desobediência Civil
- GARCIA, Maria. Desobediência Civil - Direito Fundamental
- THOREAU, Henry D.. A Desobediência Civil