terça-feira, 28 de julho de 2009

Frade francês tem proteção policial 24 horas por dia no Pará

O frade dominicano francês Henri de Roziers tem três policiais militares destacados para protegê-lo 24 horas por dia no município de Xinguara, no sudeste do Pará, o município do Estado onde mais mortes ocorrem por conflitos de terra.
O religioso, que é coordenador da Pastoral da Terra de Xinguara, diz que está tranquilo porque é "estrangeiro, advogado, sacerdote e idoso (tem 75 anos)" e não recebe "ameaças diretas" desde 2007.
Mas desde o assassinato, em fevereiro de 2005, da freira americana Dorothy Stang - um episódio de violência fundiária que ganhou manchetes em todo mundo - o Estado fez questão de fornecer uma escolta permanente de policiais ao frade francês.
Nas investigações do assassinato da irmã Dorothy, a Policia Federal encontrou indícios de que o francês seria o próximo na lista dos acusados de cometer o crime.
"Eu me incomodo muito por ter uma escolta policial cuidando de mim enquanto líderes populares brasileiros, que correm dez vezes, cem vezes mais riscos do que eu, estão por aí desprotegidos", diz o religioso.
Frei Henri cita o caso de dois ativistas da região de Santarém - o líder indigenista Dado Borari e o militante sem-terra Valdecir dos Santos - que foram ameaçados de morte, mas tiveram proteção recusada pelo governo do Estado.
"Se o problema é de falta de recursos, prefiro que tirem os três policiais que me escoltam e forneçam proteção a estas duas pessoas, que correm sério risco de assassinato", afirma o frade.

Conflitos
Frei Henri diz acreditar que a tentativa de regularizar a posse de terras na Amazônia por meio da nova lei criada a partir da MP 458 só vai agravar os conflitos que existem na região.
"Infelizmente, o governo brasileiro não tem infraestrutura para cuidar dessa situação tão complexa", critica o religioso. "A máfia dos madeireiros e fazendeiros no Pará é muito, muito perigosa."
O frade francês afirma temer que o modelo de regularização de terras adotado pelo governo só sirva para agravar ainda mais a concentração fundiária que existe no Brasil.
"É verdade que os lotes máximos que o governo vai regularizar (de 1,5 mil hectares) não são muito grandes para os padrões de Amazônia, mas os fazendeiros vão ter recursos de fraudes, de laranjas e de usar membros da família pra conseguir registrar fazendas enormes", diz.
"Os agricultores mais fracos que vivem na região vão acabar forçados a vender suas terras para que esses grandes fazendeiros façam estes registros fajutos."
O Pará é o Estado brasileiro onde a violência fundiária faz mais vítimas. Segundo um levantamento da Pastoral da Terra, foram mais de 800 assassinatos desde 1975.
"Dessas 800 mortes, apenas 250 resultaram em alguma ação da Justiça. E nos 250 julgamentos, tivemos somente 22 condenações de mandantes", diz frei Henri. "E o pior é que nenhum deles está na cadeia. Assim fica muito fácil matar e muito difícil confiar na Justiça."

sábado, 25 de julho de 2009

Exército Zapatista de Libertação Nacional



















Brasil e Paraguai devem chegar a acordo sobre Itaipu

O assessor especial da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, disse estar "otimista" em relação ao acordo entre Brasil e Paraguai nas negociações sobre a energia produzida pela Usina de Itaipu. "Vai depender de compatibilizar as propostas que existem de um lado e de outro. Há ainda alguns pontos a se ajustar, mas creio que será possìvel chegarmos a um acordo", afirmou nesta sexta, em Luque, após o encerramento da Cúpula do Mercosul.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo devem anunciar o acordo na manhã neste sábado (25). O preço pago pela energia paraguaia será reajustado e o Paraguai poderá ter direito de vender parte de sua energia no mercado brasileiro. Antes, na noite desta sexta, os presidentes firmarão acordos de investimentos brasileiros na área de infraestrutura do Paraguai.
Marco Aurélio Garcia não quis considerar o acordo como uma reparação histórica do Brasil, preferindo defender o estabelecimento de uma "relação positiva" entre os países. "O presidente Lugo foi eleito com um determinado programa polìtico e o Brasil declarou sua simpatia a este programa que vem sendo desenvolvido aqui. Nossa disposição é de contribuir para que o Paraguai tenha êxito neste processo de reconstrução econômica e social", disse.
Uma das propostas do Brasil é investir na infraestrutura de transmissão de energia no Paraguai, favorecendo a industrialização do país vizinho. O assessor da Presidência também afirmou que o acordo sobre Itaipu não significará impactos sobre o preço da energia no Brasil. Em relaçao à necessidade de aprovação pelo Congresso brasileiro, ele afirmou que há esta possibilidade, mas o governo deverá consultar sua área jurídica para definir como serão aplicadas as mudanças.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Lista suja" adiciona novos produtores da fronteira agrícola

Grandes produtores de áreas de expansão da fronteira agrícola foram incluídos, na manhã de terça-feira (21), na "lista suja" do trabalho escravo - cadastro do governo federal que aponta 175 empregadores flagrados na exploração de pessoas em condições análogas à escravidão.
Promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a atualização semestral confirmou 17 inclusões (13 pela primeira vez e quatro após suspensão de liminares que as mantinham fora da lista) e 35 exclusões (34 em definitivo e uma temporária devido a liminar judicial). Todas são pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas em operações de fiscalização de trabalho escravo. Os nomes vão para a "lista suja" após conclusão de processo administrativo gerado a partir da situação encontrada pelos auditores fiscais do trabalho. Quem aparece na relação tem as portas fechadas para crédito público federal e ainda passa a sofrer restrições comerciais das centenas de empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.
Rosana Sorge Xavier, da família que controla o Frigorífico Quatro Marcos(empresa com um histórico de problemas trabalhistas), agora faz parte da "lista suja". Entre os 100 maiores desmatadores do país de acordo com ranking do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 2008, Rosana aparece como segundo maior agente privado devastador do país (e nona na ordem geral), com mais de 12,6 mil hectares de floresta derrubadas - o que lhe rendeu uma multa em torno de R$ 48 milhões. O primeiro entre empreendedores privados é Léo Andrade Gomes, com 15,2 mil hectares desmatados e mais de R$ 32 milhões em multa.
Entre os incluídos, há mais grandes fazendeiros de gado bovino. E assim como Rosana Sorge Xavier, pelo menos dois deles mantém criações de porte nas franjas da Amazônia: Olavo Demari Webber, do Norte do Mato Grosso; e Aurélio Anastácio de Oliveira, escravagista reincidente e dono da Fazenda Iraque, em Eldorado dos Carajás (PA). Regis Francisco Ceolin, pecuarista do Condomínio Agropecuário Ceolin, atua no Oeste baiano.
Além do Condomínio Agropecuário Ceolin, dois outros produtores que entraram para o cadastro de infratores são do Oeste da Bahia, uma das áreas de maior expansão do agronegócio no país. Os dois flagrantes que geraram as inclusões se deram, curiosamente, na área da chamada Fazenda Estrondo, lozalizada no município de Formosa do Rio Preto (BA).
Em terras da Companhia Melhoramentos do Oeste da Bahia (CMOB), que atua tradicionalmente com mineração na região, foram libertados 39 trabalhadores que catavam raízes para viabilizar a produção de soja, em outubro de 2005. Na mesma área da Fazenda Estrondo, mas em outra parte conhecida como Fazenda Indiana (sob a responsabilidade de Paulo Kenji Shimohira), houve 52 libertações de pessoas que faziam a capina de algodão.
Outros fazendeiros entraram na "lista suja" em decorrência de flagrantes na fronteira agropecuária: Lírio Antônio Parisotto, produtor de soja em Uruçuí (PI); Adailto Dantas Cerqueira e Salomão Pires Carvalho, donos de áreas no Maranhão; Elizabete Guimarães de Araújo e Ivan Domingos Paghi, cujas propriedades no Tocantins flagradas pelo MTE. Adailto, Elizabete e Ivan, na realidade, foram reincluídos na relação por causa da perda do efeito de liminar que excluía temporariamente os nomes dos proprietários.

Usinas e outros casos
Grandes usinas de cana-de-açúcar que também já constaram da "lista suja" também foram reinseridas no cadastro. A Agrisul Agrícola Ltda - conhecida como Usina Debrasa, da Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), que faz parte do Grupo José Pessoa (que já teve três de suas unidades sucroalcooleiras denunciadas por escravidão, em menos de dois anos) -, de Brasilândia (MS), e a Agropecuária e Industrial Serra Grande (Agroserra), de São Raimundo das Mangabeiras (MA), voltaram a aparecer na "lista suja", que vem sendo divulgada desde 2003.
Uma empresa e um fazendeiro do Ceará, juntamente com o dono de um ferro-velho em Várzea Grande (MT), completam o rol dos infratores incluídos. A Mundial Construções e Limpeza Ltda. foi pega quando explorava trabalhadores no serviço de limpeza e roça de linha de transmissão de energia elétrica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) em Sobral (CE).
O fazendeiro José Nilo, por sua vez, entrou na "lista suja" em função de fiscalização ocorrida nas Fazendas Pirangi e Três Marias, em Beberibe (CE). Já José Nilson dos Santos explorava duas pessoas com deficiência mental no Auto Guincho Jussara, na cidade que fica ao lado da capital Cuiabá (MT).
Com a atualização da "lista suja", 35 nomes (veja lista abaixo) também foram retirados. Desses, Gilson Muller Berneck foi excluído por motivo de liminar da Justiça. Todos os outros saíram após o cumprimento de dois anos no cadastro, combinado com o pagamento de todas as pendências relativas às autuações e a não reincidência na exploração do trabalho escravo contemporâneo.

Inclusões e Exclusões da "Lista Suja" do Estado

Entraram em 21/07/2009

Adailto Dantas de Cerqueira - CPF - 091.906.195-87
Agrisul Agrícola Ltda (Usina Debrasa/CBAA) - CNPJ - 04.773.159/0002-80
Agropec. Ind. Serra Grande Ltda (Agroserra) - CNPJ - 11.035.672/0001-59
Aurélio Anastácio de Oliveira - CPF - 047.691.122-20
Cia Melhoramentos do Oeste da Bahia (CMOB) - CNPJ - 97.435.234/0001-01
Elizabete Guimarães de Araújo - CPF - 576.510.431-20
Ivan Domingos Paghi - CPF - 016.837.008-56
José Nilo Dourado - CNPJ - 02.930.365/0001-40
José Nilson dos Santos - CPF - 111.645.301-00
Lírio Antônio Parisotto - CPF - 213.676.129-34
Mundial Construção e Limpeza - CNPJ - 04.740.962/0001-38
Olavo Demari Webber - CPF - 213.734.340-15
Paulo Kenji Shimohira - CPF - 507.292.766-00
Regis Francisco Ceolin - CPF - 438.282.480-04
Salomão Pires de Carvalho - CPF - 024.354.897-49
Selson Alves Neto - CPF - 159.949.706-97
Rosana Sorge Xavier - CPF - 993.277.088-49

Saíram em 21/07/2009

Alonso Claristino Resende
Altamir Soares da Costa
Antônio Paulo de Andrade
Benedito Gonçalves de Miranda
Célio José de Resende
E.C.I. Empresa de Invest. Partic. e Empreendimentos Ltda
Eduardo FerreiraFernandes Lavagnoli
Flávio Teixeira MartinsFrancisco de Almeida Leal
Fued Tuma
Gilson Mueller Berneck
Haroldo Luiz de Barros
Indústria Agroflorestal Heyse
Itapicuru Agroindustrial S/A
Espólio de João Neto Moura Macedo
Joaquim Carlos Sabino dos Santos
José Carlos da Silva Porfírio
José Irineu de Souza
Juliano Heringer Branco
Leoni Lavagnoli
Luis Carlos Berti
Luis Otato Neto
Marco Antônio Mattana Sebben
Marco Aurélio Andrade Barbosa
Marco Túlio Andrade Barbosa
Marta Alves Resende
Odilon Ferreira Garcia
Osvaldo BorgesPaulo Roberto Cunha (Ideal Severino da Cruz)
Raimundo Everardo Mendes Vasconcelos
Rosenval Alves dos Santos
Sérgio Noel de Mello Martins
Vitalmiro Bastos de Moura
Wagner Furiati Nabarrete

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terça-feira, 21 de julho de 2009

Estudo estima que violência pode matar 33 mil jovens no Brasil em 7 anos

Um estudo inédito divulgado nesta terça-feira pela Secretaria Especial de Direitos Humanos estima que 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados em um período de sete anos, que vai de 2006 a 2013.
O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e com o Observatório de Favelas.
A estimativa foi feita com base em dados de 2006, considerando-se a hipótese de que as circunstâncias observadas naquele ano sejam mantidas.
Foram coletadas informações sobre as causas de mortes entre jovens de 12 a 19 anos de idade em 267 municípios, todos com mais 100 mil habitantes.
O estudo também apresenta, pela primeira vez, o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) no Brasil, que mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado.
O valor médio do IHA brasileiro é de 2,03 – ou seja, de cada 1 mil adolescentes, 2,03 serão vítimas de homicídio antes de completar os 19 anos.
"Esta cifra por si só deveria ser suficiente para transmitir a gravidade do fenômeno no Brasil, particularmente se lembrarmos que o homicídio contra adolescentes deveria ser, a princípio, um fato extremamente raro em qualquer sociedade", diz o estudo.
A cidade com pior índice é Foz do Iguaçu (PR), com IHA de 9,7. Logo em seguida vêm Governador Valadares (MG), com 8,5, e Cariacica (ES), com 7,3.
O município do Rio de Janeiro aparece na 21ª posição na lista, com IHA de 4,9, enquanto São Paulo fica em 151º lugar, com índice de 1,4.

Homens e negros
O estudo também indica que, entre os homens, a probabilidade de uma morte por homicídio é 12 vezes maior do que entre as mulheres.
Já a probabilidade de que um negro seja assassinado é duas vezes maior do que um branco, de acordo com o levantamento. A maior diferença foi constatada na cidade de Rio Verde (GO), onde a chance de um adolescente negro ser morto é 40 vezes maior.
Também foi calculada a probabilidade de um adolescente ser morto por uma arma de fogo. Em todo o Brasil, essa chance é três vezes maior, em comparação com outras armas.
Os homicídios foram responsáveis por 46% das mortes entre adolescentes registradas em 2006. As mortes naturais somaram 26% e os acidentes, 22%. Os números apontam ainda que 3% dos adolescentes mortos se suicidaram e outros 3% morreram de causas "indefinidas".

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Saiba mais sobre o plano de sete pontos para solucionar a crise em Honduras

O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, mediador da crise política em Honduras, apresentou neste sábado uma proposta de sete pontos para a solução do conflito político no país. A proposta, que inclui a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya e um governo de união, não foi aceita completamente pelas delegações, mas deve continuar sob discussão neste domingo.
Arias disse que os sete pontos colocarão fim ao conflito e "permitirão ao povo do país irmão recobrar a fé perdida e voltar a transitar pela rota da democracia".
"O que importa neste momento é alcançar a reconciliação e não se centrar nas razões que originaram o enfrentamento, já que mais de sete milhões de hondurenhos não merecem a angústia de ignorar o que será de sua pátria no dia de amanhã", disse Arias.

Saiba quais são os sete pontos da proposta de Arias
1- A legítima restituição de Zelaya ao cargo, no qual permanecerá até o fim do período constitucional para o qual foi eleito, e que se encerra no dia 27 de janeiro de 2010. Nesta data ele deverá entregar o poder ao candidato designado livre e democraticamente pelo povo, em eleições supervisionadas e reconhecidas pela comunidade internacional
2- Formação de um governo de unidade e reconciliação nacional, composto por representantes dos principais partidos políticos
3 - Declaração de uma anistia geral para todos os delitos políticos ocasionados por este conflito, antes e depois do dia 28 de junho, quando foi realizado o golpe.
4- Renúncia expressa do presidente Zelaya, e de seu governo, da pretensão de colocar uma quarta urna nas próximas eleições, ou realizar qualquer consulta popular não autorizada expressamente pela Constituição da República de Honduras
5- Adiantamento das eleições nacionais, previstas para o dia 29 de novembro. O novo pleito seria realizado no último domingo de outubro
6- Transferência do comando das Forças Armadas do Poder Executivo ao Tribunal Supremo Eleitoral, um mês antes das eleições, para garantir a transparência e a normalidade do sufrágio, conforme os términos da Constituição da República de Honduras
7- Integração de uma comissão de verificação composta pelos hondurenhos notáveis e membros de organismos internacionais, em especial por representantes da OEA (Organização de Estados Americanos), que deverá vigiar o cumprimento desses acordos e supervisionar o correto retorno à ordem constitucional

Definição de Anarquia

Anarquia é uma palavra grega que significa literalmente "sem governo", isto é, o estado de um povo sem uma autoridade constituida. Antes que tal organização começasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe de pensadores, ou se tornasse a meta de um movimento, que hoje é um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra "anarquia" foi usada universalmente para designar desordem e confusão. Ainda hoje, é adotada neste sentido pelos ignorantes e pelos adversários interessados em distorcer a verdade. Não vamos entrar em discussões filológicas, porque a questão é histórica e não filológica. A interpretação usual da palavra não exprime o verdadeiro significado etimológico, mas deriva dele. Tal interpretação se deve ao preconceito de que o governo é uma necessidade na organização da vida social.
O Homem, como todos os seres vivos, se adapta às condições em que vive e transmite , através de herança cultural, seus hábitos adquiridos. Portanto, por nascer e viver na escravidão, por ser descendente de escravos, quando começou a pensar, o homem acreditava que a escravidão era uma condição essencial à vida. A liberdade parecia impossível. Assim também o trabalhador foi forçado, por séculos, a depender da boa vontade do patrão para trabalhar, isto é, para obter pão. Acostumou-se a ter sua própria vida à disposição daqueles que possuíssem a terra e o capital. Passou a acreditar que seu senhor era aquele que lhe dava pão, e perguntava ingenuamente como viveria se não tivesse um patrão. Da mesma forma, um homem cujos membros foram atados desde o nascimento, mas que mesmo assim aprendeu a mancar, atribui a estas ataduras sua habilidade para se mover. Na verdade, elas diminuem e paralisam a energia muscular de seus membros. Se acrescentarmos ao efeito natural do hábito a educação dada pelo seu patrão, pelo padre, pelo professor, que ensinam que o patrão e o governo são necessários; se acrescentarmos o juiz e o policial para pressionar aqueles que pensam de outra forma, e tentam difundir suas opiniões, entenderemos como o preconceito da utilidade e da necessidade do patrão e do governo são estabelecidos. Suponho que um médico apresente uma teoria completa, com mil ilustrações inventadas, para persuadir o homem com membros atados, que se libertar suas pernas ou mesmo viver. O homem defenderia suas ataduras furiosamente e consideraria todos que tentassem tira-las inimigos.
Portanto, se considerarmos que o governo é necessário e que sem o governo haveria desordem e confusão, é natural e lógico, que a anarquia, que significa ausência de governo, também signifique ausência de ordem. Existem fatos paralelos na história da palavra. Em épocas e países onde se considerava o governo de um homem (monarquia) necessário, a palavra "república" (governo de muitos) era usada exatamente como "anarquia", implicando desordem e confusão. Traços deste significado ainda são encontrados na linguagem popular de quase todos os países. Quando esta opinião mudar, e o público estiver convencido de que o governo é desnecessário e extremamente prejudicial, a palavra "anarquia", justamente por significar "sem governo" será o mesmo que dizer "ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade total com solidariedade total". Portanto, estão errados aqueles que dizem que os anarquistas escolheram mal o nome, por ser este mal compreendido pelas massas e levar a uma falsa interpretação. O erro vem disto e não da palavra. A dificuldade que os anarquistas encontram para difundir suas idéias não depende do nome que deram a si mesmos. Depende do fato de que suas concepções se chocam com os preconceitos que as pessoas têm sobre as funções do governo, ou o "Estado" como é chamado.

Por Errico Malatesta (em anarquia, 1907)

domingo, 19 de julho de 2009

Entenda o que é a camada pré-sal

A chamada camada pré-sal é uma faixa de 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura que vai do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo situada a 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
O petróleo encontrado nesta área, que engloba três bacias sedimentares (Santos, Campos e Espírito Santo), é de qualidade superior àquele comumente extraído da camada pós-sal, que fica acima da extensa camada de sal de 2 mil metros de espessura que dá nome às duas camadas.
A Petrobras não descarta a hipótese de que toda a camada pré-sal seja interligada, e suas reservas sejam, como os técnicos chamam, unitizadas, formando assim um imenso campo único de petróleo submerso.
Se as reservas do pré-sal de fato estiverem interligadas, o governo estuda a criação de um novo marco regulatório que estabeleça cotas de extração para evitar que o petróleo seja “sugado” de áreas não licitadas.
As nove áreas de pré-sal já leiloadas na Bacia de Santos também seriam afetadas pela medida. Oito pertencentes à Petrobras e sócios privados e uma à ExxonMobil.

Sócios privados
A Petrobras não perfura os poços sozinha. Das 48 áreas (entre pós-sal e pré-sal) exploradas na Bacia de Santos, por exemplo, só dez são exploradas com exclusividade pela empresa.
A descoberta do campo de Tupi, por exemplo, única área do pré-sal cujas reservas foram dimensionadas por meio de testes de produção até o momento, foi feita por um consórcio que inclui a britânica BG (que vai ficar com 25% do que o campo produzir), a portuguesa Galp Energia (que ficará com 10%) e a Petrobras (que terá direito a 65%). O mesmo acontecendo com os outros campos, com percentuais e empresas diferentes.
Além do Tupi, que só deve atingir seu pico de produção a partir de 2017, já foram descobertos no pré-sal da Bacia de Santos os campos: Iara, Carioca, Júpiter, Caramba, Bem-Te-Vi, Parati, Guará e Ogum.

“Mamute”
Apesar da histeria atual em torno do pré-sal, a discussão sobre sua potencialidade não é nova. Desde meados dos anos de 1970, os geólogos da Petrobras apostavam na existência de um “mamute” de petróleo na camada – forma como são chamados os campos gigantes pelos especialistas –, mas não dispunham de tecnologia adequada para sua prospecção.
No final da década, em 1979, a empresa conseguiu perfurar poços que alcançaram o pré-sal na bacia de Campos, mas as descobertas confirmadas não foram significativas.
As expectativas de se encontrar uma considerável quantidade de petróleo após a camada de sal ressurgiram com mais força em 2005, com o anúncio da descoberta do megacampo de Tupi, uma reserva estimada pela Petrobras de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.

Números
No momento, há uma enorme especulação sobre quantos barris de petróleo pode conter o pré-sal. Uma estimativa não-ufanista feita pelo Credit Suisse, fala em algo entre 30 e 50 bilhões de barris – o que já aumentaria em cerca de quatro vezes as reservas provadas brasileiras, que contavam com 12,1 bilhões de barris em janeiro deste ano.
Mas os números podem ser ainda maiores. Alguns acreditam que o pré-sal poderia esconder no mínimo 100 bilhões de barris – o que colocaria o Brasil em 6º lugar entre as maiores reservas de petróleo do mundo.
Já outros, como um ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Newton Monteiro, chegam a afirmar que o pré-sal pode guardar 338 bilhões de barris, o que faria do Brasil o maior detentor de reservas provadas do mundo, superando de longe a Arábia Saudita – hoje com 264 bilhões de barris.
Para efeito comparativo, se o preço por barril de petróleo cair para US$ 100 dólares, os 338 bilhões de barris dariam uma renda em potencial de US$ 33,8 trilhões de dólares. Quase três vezes o PIB dos Estados Unidos ou 19 vezes o PIB brasileiro.

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sábado, 18 de julho de 2009

Sarney, a personificação da classe dominante brasileira

Estranho como só agora descobriram suas artimanhas

16/07/2009
Editorial ed. 333
Todos os dias a imprensa corporativa vem denunciando alguma falcatrua do senhor José Ribamar Sarney como se ele não tivesse sido eleito presidente do Senado pela maioria dos seus “ingênuos coleguinhas”. Estranho como só agora descobriram suas artimanhas. Caso ele tivesse declarado apoio à candidatura de José Serra, certamente a chamada grande mídia não se interessaria por suas qualidades.
Vamos lembrar algumas, que eles sempre esconderam.
Afinal ele está, desde 1962, em cargos públicos adotando as mesmas práticas. Lá no início de sua carreira patrocinou a maior grilagem de terras públicas do Maranhão. Basta ler o livro do Padre Victor Angelim, editado pelos franciscanos na Editora Vozes. Depois disso, assumiu de corpo e alma a ditadura civil-militar. Construiu a Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido do regime, no Nordeste. Então, de simples oligarca rural e regional, montou um império de comunicação. Controla jornais, rádios e, claro, é sócio da Globo. Seu afilhado, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) é acionista do SBT.
Ao ver cair a ditadura, Sarney mudou de lado para continuar no poder. Virou presidente da Republica, só Deus sabe como.
Em São Luís, apropriou-se do Convento das Mercês, patrimônio histórico público, e colocou em nome de sua fundação, a qual preside. E lá pretende ser enterrado. O mausoléu e a lápide já estão prontos para visitação do público. Fez isso tudo com dinheiro público, inclusive da Petrobras.
Depois, desgastado com o pior governo que esse país já teve, foi candidatar-se senador pelo Amapá, Estado que jamais havia visitado, quanto mais morado. E a Justiça eleitoral aceitou sua candidatura.
Lá fez carreira com seus métodos. Conseguiu que cupinchas nos tribunais hipócritas cassassem o governador João Capiberibe do cargo de senador, para abrir espaço para um outro afilhado seu. Alegação: o senador Capiberibe teria usado R$ 36 para comprar o voto de duas empregadas domésticas, que negaram a acusação nos tribunais.
Em abril deste ano, conseguiu tirar do cargo, após mover pedras e montanhas, o governador legitimamente eleito no Maranhão, Jackson Lago. Chegou a ameaçar publicamente pelos jornais o advogado do governador, por ser seu afilhado político. A acusação que conseguiu tirar o cargo de Lago: participou de um comício em Imperatriz (MA), em abril de 2006, fora de época eleitoral, junto com o então governador, que era afilhado do Sarney, mas o havia traído. E, finalmente, sua filha pode retornar ao Palácio dos Leões, sede do governo estadual em São Luís.
Voltou a ser presidente do Senado duas vezes. Agora, na última, com apoio de senadores do PSB, PT etc., mesmo contra a candidatura do senador do PT do Acre, Tião Vianna.
Os tais atos secretos da mesa diretora do Senado foram instituídos desde sua primeira gestão, há seis anos. Milhares de funcionários foram contratados. O senado gasta ao redor de R$ 2 bilhões por ano. Gasta mais do que a maioria dos ministérios. Em que? Algum cidadão brasileiro é beneficiado?
O velho senador sofre agora de falta de memória. Esqueceu alguns seguranças do Senado protegendo sua casa em São Luís. Esqueceu de colocar na declaração de renda uma pequena casa de R$ 4 milhões que possui em Brasília. Esqueceu que mora lá e seguiu cobrando ajuda de aluguel do Senado. Esqueceu de avisar os demais correntistas e retirou R$ 2 milhões de suas contas do Banco Santos, 12 horas antes do Banco Central fechá-lo.
Há no Maranhão mais de 40 edifícios de órgãos públicos que levam nomes da família e inclusive um colégio estadual com nome dado a sua bisneta, quando a menina tinha apenas 5 anos. Já o Tribunal de Contas do Estado, que deveria fiscalizar isso tudo, se chama Governadora Roseana Sarney. Tudo isso é proibido pela Constituição. Mas nenhum jornalão paulista ou carioca criticou.
Sarney é a cara da classe dominante brasileira. A cara dele é a cara de todos os exploradores do povo brasileiro, que, no entanto, são mais “vivos” e hipócritas.
Muita gente do PT e do governo estão agora defendendo o nobre senador. Dizem ser uma pessoa de curriculum invejável. Fazem bem. Por duas razões: primeiro, porque ajudam o povo brasileiro a entender melhor como funciona a “democracia burguesa”, sempre a serviço de uma minoria; segundo, relembram o velho ditado: “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os mapas da alma não têm fronteiras

Eduardo Galeano

(*) Palavras proferidas em Montevidéu, dia 9 de julho, quando Galeano foi condecorado com a Ordem de Maio, da República Argentina.

Permitam-me agradecer esta premiação que estou recebendo, que para mim é um símbolo da terceira margem do rio. Nesta terceira margem, nascida do encontro das outras duas, florescem e se multiplicam, juntas, nossas melhores energias, que nos salvam do rancor, da mesquinhez, da inveja e de outros venenos que abundam no mercado.
Aqui estamos, pois, na terceira margem do rio, argentinos e uruguaios, uruguaios e argentinos, rendendo homenagem a nossa vida compartilhada, e, portanto, estamos celebrando o sentido comunitário da vida, que é a expressão mais íntima do sentido comum.
Ao fim e ao cabo, e perdão por ir tão longe, para um ponto onde a história ainda não se chamava assim, lá no remoto tempo das cavernas, como se viraram para sobreviver aqueles indefesos, inúteis, desamparados avôs da humanidade? Talvez tenham sobrevivido, contra toda evidência, porque foram capazes de compartilhar a comida e souberam defender-se juntos. E se passaram os anos, milhares e milhares de anos, e vemos que o mundo raramente recorda essa lição de sentido comum, a mais elementar de todas e a que mais nos faz falta hoje.
Eu tive a sorte de viver em Buenos Aires, nos anos 70. Cheguei corrido pela ditadura militar uruguaia e acabei saindo corrido pela ditadura militar Argentina. Não saí: me saíram. Mas nestes anos comprovei, uma vez mais, que aquela lição pré histórica de sentido comum não havia sido esquecida de todo. A energia solidária crescia e cresce ao vai e vem das ondas que nos levam e nos trazem, argentinos que vêm e vão, uruguaios que vamos e viemos. E no tempo das ditaduras, soubemos compartilhar a comida e soubemos defender-nos juntos, e ninguém se sentia herói nem mártir por dar abrigo aos perseguidos que cruzavam o rio, indo para lá ou vindo de lá.
A solidariedade era, e segue sendo, um assunto de sentido comum e, portanto, era, e segue sendo, a coisa mais natural do mundo. Talvez por isso sua energia, sempre viva, foi mais viva do que nunca nos anos do terror, alimentada pelas proibições que queriam mata-la. Como o bom touro de lida, a solidariedade cresce no castigo.
E quero dar um testemunho pessoal de meu exílio na Argentina.
Quero render homenagem a uma aventura chamada Crise, uma revista cultural que alguns escritores e artistas fundaram com o generoso apoio de Federico Vogelius, onde eu pude aportar algo do muito que me havia ensinado Carlos Quijano, em meus tempos do semanário Marcha.
A revista Crise tinha um nome um tanto deprimente, mas era uma jubilosa celebração da cultura vivida como comunhão coletiva, uma festa do vínculo humano encarnado na palavra compartilhada. Queríamos compartilhar a palavra, como se fosse pão.
Nós, sobreviventes daquela experiência criadora, que morreu afogada pela ditadura militar, seguimos acreditando no que acreditávamos então.
Acreditávamos, acreditamos, que para não ser mudo é preciso começar por não ser surdo, e que o ponto de partida de uma cultura solidária está na boca daqueles que fazem cultura sem saber que a fazem, anônimos conquistadores dos sóis que as noites escondem, e eles, e elas, são também aqueles que fazem história sem saber que a fazem. Porque a cultura, quando é verdadeira, cresce desde o pé, como alguma vez cantou Alfredo Zitarrosa, e desde o pé cresce a história. A única coisa que se faz desde cima são os poços.
A ditadura militar acabou com a revista e exterminou muitas outras expressões de fecundidade social. Os fabricantes de poços castigaram o imperdoável pecado do vínculo, a solidariedade cometida em suas múltiplas formas possíveis, e a máquina da separação continuou trabalhando a serviço de uma tradição colonial, imposta pelos impérios que nos dividiram para reinar e que nos obrigam a aceitar a solidão como destino.
À primeira vista, o mundo parece uma multidão de solidões amontoadas, todos contra todos, salve-se quem puder; mas o sentido comum, o sentido comunitário, é um bichinho duro de matar. A esperança ainda tem quem a espere, alentada pelas vozes que ressoam desde nossa origem comum e nossos assombrosos espaços de encontro.
Eu não conheço felicidade maior que a alegria de reconhecer-me nos demais. Talvez essa seja, para mim, a única imortalidade digna de fé. Reconhecer-me nos demais, reconhecer-me em minha pátria e em meu tempo, e também me reconhecer em mulheres e homens que são meus compatriotas, nascidos em outras terras, e reconhecer-me em mulheres e homens que são meus contemporâneos, vividos em outros tempos.
Os mapas da alma não têm fronteiras.

Tradução: Katarina Peixoto

http://www.agenciacartamaior.com.br/

Faubourg


Faubourg é um termo arcaico francês que significa aproximadamente "subúrbio" (hoje em dia geralmente denominado banlieue). A sua forma mais primitiva é Forsbourg, derivado do latim foris, 'fora de', e da vulgata (originalmente germânica) burgum, 'cidade' ou 'fortaleza'. Tradicionalmente, este nome aplicava-se a uma aglomeração formando-se em torno de uma via ou caminho dirigido para o exterior a partir de uma das portas da cidade, e habitualmente levava o nome que a mesma via tinha através da cidade.
Os faubourgs são muitas vezes considerados como os precursores dos subúrbios europeus, a partir dos quais estes evoluíram, de uma forma geral, por 1950-60. Embora os subúrbios iniciais ainda conservassem algumas das características dos faubourgs (tais como travessas e becos com portas, pouco espaço entre as casas, etc.), os subúrbios mais tardios sofreram grandes mudanças na sua construção, fundamentalmente em termos de densidade residêncial.
Além das muitas cidades francesas, os faubourgs podem ainda ser encontrados fora da Europa em lugares que incluem a província do Quebec, no Canada, e a cidade de Nova Orleães, na Louisiana. As cidades do Quebec e Montreal contêm exemplos de faubourgs, embora Montreal tenha muito maiores divergências em termos de banlieue, levando a muitas semelhanças com muitos subúrbios americanos e do Ontario.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Rurbanização

Rurbanização é o processo pelo qual ocorre uma transformação das atividades desenvolvidas nas áreas rurais, ou seja, seria uma crescente integração entre os espaços urbanos e rurais. Como por exemplo, o surgimento de novas atividades voltadas para a construção civil, lazer, turismo, ou ainda, a mudança de algumas indústrias para o campo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Crack

O crack é uma droga ilegal, obtida a partir da merla - uma variação da pasta de coca, obtida como subproduto do processamento das folhas de coca, para obtenção de cocaína.
A merla é misturada ao bicarbonato de sódio e água. O bicarbonato de sódio faz com que a mistura tenha um baixo ponto de fusão (passagem de sólido para líquido) e ebulição (uma forma de passagem de líquido para gasoso), tornando possível a queima da droga com o auxílio de cinzas, que são colocadas em um cachimbo, junto ao crack.
O uso de cocaína por via intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante e é tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa - bastando um cachimbo, muitas vezes improvisado.
O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a um acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo: ossos da face salientes, braços e pernas ficam finos e costelas aparentes. O usuário de crack torna-se completamente dependente da droga em pouco tempo. Normalmente o viciado, após algum tempo de uso da droga, continua a consumi-la apenas para fugir aos desconfortos da síndrome de abstinência - depressão, ansiedade e agressividade - comuns a outras drogas estimulantes.
O uso do crack - e sua potente dependência - frequentemente leva o usuário à prática de pequenos delitos, para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la.
Estudos relacionam a entrada do crack como droga circulante em São Paulo ao aumento da criminalidade e da prostituição entre os jovens, com o fim de financiar o vício. Na periferia da cidade de São Paulo, jovens prostitutas viciadas em crack são o nicho de maior crescimento da AIDS no Brasil.
O efeito social do uso do crack é o mais devastador, entre as drogas normalmente encontradas no Brasil.
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Legalizar a maconha: uma questão social

O primeiro passo para se chegar à paz é a legalização da maconha.
Legalizar a Maconha: uma questão social.

Não é de hoje que a mídia burguesa atenta contra as campanhas pró-legalização. Outros artigos publicados no CMI demonstram a manipulação midiática por trás da proibição da maconha, em especial ?A História esquecida da maconha? e ?Cidadão Kane: o homem por trás da proibição?. Acontece que de uns tempos pra cá, popularizou-se a prática, na mídia corporativa, de dizer que as campanhas pró-legalização são ?coisa de burguês?, a colocação é repetida inúmeras vezes por pessoas que assistem, diariamente, aos noticiários, e se convencem, através deles, que a maconha é um mal que precisa ser combatido.

Coisa de burguês?
Taxar ativistas pró-legalização de ?burgueses?, ?filhinhos de papai?, ?playboys? e outros termos é uma prática comum na TV: quando não se consegue argumentar, utiliza-se de termos preconceituosos para designar movimentos sociais. O movimento pela legalização da maconha é, essencialmente, um movimento que luta por justiça, bem-estar social, preservação dos direitos individuais e pela paz.
A História da maconha foi corrompida, censurada, omitida e falseada, tudo em favor de interesses comerciais. Se proibir a droga foi uma injustiça, continuar permitindo que ela seja proibida é uma injustiça dez vezes maior. É permitir que os interessados na proibição continuem cerceando as liberdades individuais. É reafirmar preconceitos usados para proibir a erva.
Além disso, taxar usuários de maconha de burgueses é uma mentira descabida: o uso da maconha no Brasil foi popularizado por escravos negros, no México e nos EUA foi popularizado por trabalhadores braçais mexicanos, além dos negros americanos, numa época em que reinavam práticas piores que aquelas do Apartheid na África do Sul. Quando a mídia generaliza e afirma que os usuários de maconha são todos burgueses, mente descaradamente. A maconha sempre foi a droga preferida das camadas mais populares e de grupos subversivos, como podem taxá-los de burgueses?
As principais consequências da proibição da cannabis são sentidas pelas camadas mais marginalizadas da nossa sociedade. Os maiores beneficiados, com a diminuição do poder dos traficantes e da violência decorrentes do tráfico são estas pessoas. Os papéis inverteram-se: o pobre é que é o burguês na sociedade do espetáculo.

O tráfico mata
Isso tudo faz lembrar que outra afirmação muito comum, nos meios de comunicação tradicionais, em relação às campanhas pela legalização, seja aquela mais falaciosa: milhares de pessoas morrem todos os anos por causa do tráfico de entorpecentes, entre os quais a maconha é um dos mais consumidos. Logo, a maconha é um mal que precisa ser combatido. Ora, a lógica dos meios de comunicação esqueceu que, caso seja legalizada, a maconha não precisará ser vendida por traficantes, cada um poderá ter a sua mudinha em casa ou mesmo comprar a erva sem maiores complicações, em instituições comerciais?
Legalizando a maconha, boa parte do lucro dos traficantes e - diga-se de passagem - dos policiais corruptos, seria destruída.
A melhor forma de se combater o tráfico não é com metralhadoras semi-automáticas nem com expedições esporádicas de policiais ou soldados morro acima em cidades como o Rio de Janeiro, expedições que deixam, pelo caminho, crianças e trabalhadores pobres com tiros no meio da testa ou feridos de bala perdida em confrontos entre o poder do Estado e o que a mídia acostumou-se a chamar de ?poder paralelo?.
Aliás, diga-se de passagem, tais expedições, que deveriam ser chamadas na verdade de chacinas, devido ao número de pessoas inocentes que morrem, vítima dos traficantes ou da polícia, acontecem com maior frequência em épocas próximas das eleições.
O governador ou o prefeito querem mostrar serviço, e no espetáculo ensaiado do combate ao crime, armam o circo de mídia e polícia subindo o morro em busca de drogas. Todo o espetáculo é meticulosamente ensaiado: a polícia vende as armas aos traficantes, muitos dos quais pagam propina aos políciais. O traficante sabe como, quem, onde e quando as autoridades vão agir, e obtém estas informações por meio da própria polícia.
A melhor forma de acabar com o tráfico é, simplesmente, legalizar a planta. Não é óbvio?!
A paz que a campanha pela legalização da maconha prega não é aquela paz promovida pela Rede Globo, todos uniformizados em suas camisetinhas brancas, de mãos dadas, marchando para que as autoridades matem mais pessoas, varram os ?bandidos? do mundo e assim construam um mundo onde a paz reina absoluta. Já dizia a música: paz sem voz não é paz, é medo. A paz que a campanha da legalização busca é o fim do tráfico, responsável por milhares de inocentes mortos todos os anos, o fim da censura e da hipocrisia.
O primeiro passo para a paz é legalizar a maconha. E isso não é mera suposição. Estudos publicados na Holanda, país que legalizou o uso da maconha em cafés, provam que a descriminalização da planta diminuiu a violência relacionada a ela e não houve alterações significativas na quantidade de usuários após a legalização parcial (ainda não é permitido o cultivo da erva).

www.midiaindependente.org

Maconha

A maconha, marijuana ou suruma (em Moçambique[1]) é uma droga entorpecente produzida a partir das plantas da espécie Cannabis sativa. A substância psicoativa presente na maconha e no haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), cuja concentração média é de até 8%, mas algumas variedades de maconha (cruzamentos entre a espécie Cannabis sativa e a Cannabis indica) comumente conhecidas como skunk ("cangambá", em inglês) produzem recordes na marca de 33% de THC.

Nomes populares
Baseado (português brasileiro) ou charro (português europeu) é o nome popular dado ao cigarro feito com a maconha. É geralmente confeccionado a partir de papéis a base de arroz, mas também pode ser feito a partir de guardanapos, sacos de pão, papel-seda e outros materiais. Segundo especialistas, um cigarro de maconha equivale ao fumo de cinco cigarros normais.[2]
O baseado também é popularmente conhecido no Brasil como beck[3], beise ou ret (uma corruptela da palavra francesa cigarette); como fino ou perninha-de-grilo, quando contém pouca quantidade de maconha; ou como bomba, vela ou tora, quanto contém muita. Quando a quantidade é muito extravagante é chamado de trave ou cone, se a abertura for maior. Já as designações portuguesas variam: ganza, canhão ou broca sendo as mais vulgares.
Existem também certas misturas com outros tipos de drogas, que ganharam nomes populares como freebase(maconha com cocaína) e mesclado[4] ou cabralzinho (maconha com crack).

Definição
Maconha é o nome popular de um grupo de plantas de origem asiática, cujo nome científico é Cannabis. Há três espécies de Cannabis: a Cannabis sativa, a Cannabis indica e a Cannabis ruderalis. Elas diferem tanto no porte como no formato das folhas, configuração do tronco e na concentração de THC (ao qual se deve os efeitos mais característicos da maconha). As três espécies o contêm (e os climas em que são cultivadas podem alterar a quantidade e a potência das substâncias ativas que produzem). Sabe-se que as plantas de maconha podem ser femininas (só produzem flores femininas), masculinas (só produzem flores com órgãos masculinos) ou hermafrodita (plantas que produzem flores de ambos os sexos). As plantas femininas possuem maior concentração de THC.
A espécie de Cannabis mais cultivada para uso psicotrópico nas Américas é a Cannabis sativa. Há também o skunk, cruzamento da Cannabis indica com a Cannabis sativa que resulta numa planta com a concentração de THC até 10 vezes maior, dependendo do clima, da terra e das condições gerais de onde esta sendo cultivado.

História
É de longa data as origens da maconha. Os registros na Farmacopéia Chinesa são de 2723 a.C, quando foi citada pela primeira vez. O pai da taxonomia moderna Carolus Linnaeus foi o primeiro a classificá-la, sob o nome de Cannabis sativa, no ano de 1753. Chegou na Europa por volta dos séculos XVIII e começo do XIX.
O Brasil possui documentos que provam que a maconha foi introduzida por volta do final do século XVIII, na época das Capitanias Hereditárias. Era utilizada principalmente na produção de fibras.

Proibição
A comercialização da planta foi proibida nos Estados Unidos por volta de 1930; o país também efetuou uma forte propaganda em torno do assunto, o pivô do movimento sendo o político Harry Jacob Anslinger. As motivações de Anslinger bem como a veracidade científica das informações veiculadas na época (algumas ainda circulando nos dias de hoje) permanecem muito controversas.
Foi proibida no Brasil primeiramente em Grajaú, em 1938. Até então costumava ser vendida em farmácias sob o nome de "cigarros índios" (devido a ser uma planta originária da Índia) ou "cigarro da paz" , que eram indicados para curar os sintomas da asma e para insônia.
Em 1960 a ONU recomendou a proibição da Maconha em todo o mundo.

Legalização e status legal

Brasil
A campanha pela legalização da Maconha ganhou força a partir dos anos 80 e 90, notadamente apoiada por artistas e políticos liberais. No Brasil, é uma das bandeiras do político Fernando Gabeira, que tentou implementar o cultivo do cânhamo para fins industriais.
No Brasil, não existe mais a pena de prisão ou reclusão para o consumo, armazenamento ou posse de pequena quantidade de drogas para uso pessoal, inclusive maconha. Também não há pena de prisão para quem "para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância" capaz de causar dependência (inclusive a cannabis sativa). O artigo 28 da lei nº 11.343/2006[5], de 23 de Agosto de 2006 prevê novas penas para os usuários de drogas. As penas previstas são:
- Advertência sobre os efeitos das drogas;
- Prestação de serviços à comunidade ou
- Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
A mesma lei (artigo 28, § 2º) estabelece o critério para o juiz avaliar se uma quantidade se destina ao consumo ou não. O juiz deve considerar os seguintes fatores: o tipo de droga (natureza), a quantidade apreendida, o local e as condições envolvidas na apreensão, as circunstâncias pessoais e sociais, a conduta e os antecedentes do usuário[6]. Apesar do critério ser subjetivo e depender da interpretação do juiz, não há dúvida de que um ou dois cigarros de maconha, por exemplo, representam uma quantidade destinada ao consumo pessoal.

Outros países
Hoje em dia a maconha é descriminalizada em alguns países, como os Países Baixos ou o Canadá, neste último apenas para uso medicinal[7], pois adotam políticas de tolerância em relação aos usuários, os quais não são presos. Além desses, outros países apoiam o seu uso medicinal, tendo em vista os efeitos terapêuticos da planta.
O uso da maconha é popular na Jamaica, onde é conhecida como "ganja". Apesar de ser ilegal a sua venda, certas seitas como a dos rastafáris atribuem a ela poderes divinos.[8]

Uso medicinal
A Cannabis sativa também pode ser usada com fins medicinais como agente antiemético, estimulador de apetite, podendo ser usada em casos de Alzheimer, câncer terminal e HIV no aumento de peso [9], auxiliar contra espasmos musculares e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de glaucoma. Em doses mais altas ela auxilia pessoas no tratamento de doenças como doença de Parkinson, esclerose múltipla, traumatismo raquimedular, câncer, desnutrição, AIDS ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.
Atualmente, em alguns países a maconha é legalizada, unicamente para fins medicinais. Para lazer, somente na Holanda, Belgica, Suíça e Canadá.

Formas de consumo
A maconha pode ser consumida através de:
- Fumo, sob a forma de baseados (cigarros).
- Inalada, como cigarro ou com algum dispositivo, tal como cachimbo ou narguilé , bong.
- Ingerida: por exemplo como ingrediente de bolos e doces ("bolonha", "space-cake", "brigahemp", etc.) ou bebida (Green dragon).

Efeitos
Há várias pesquisas realizadas que concluem ser a maconha uma droga que provoca dependência, entretanto menos que o tabaco ou o álcool. Em alguns círculos usa-se o termo "dependência psicológica", mas a medicina, na classificação internacional das doenças não faz distinção entre dependência química ou psicológica, ou seja, a maconha é apontada como droga que pode levar a dependência.
O uso da maconha é associado a variações hormonais (diminuição da testosterona em homens e, estrogênio e progesterona em mulheres); além disso pode causar dificuldades de memória, coordenação motora e raciocínio. Na saúde mental algumas vezes é citada como um gatilho para a esquizofrenia[10] . Alguns estudos associam o uso prolongado da maconha com o desenvolvimento de cânceres pois sua fumaça possui de 50% a 70% a mais de hidrocarbonos cancerígenos que o tabaco. Os cânceres mais citados em estudos são os que afetam o respiratório[11] e o sistema reprodutor[12].

Psicoatividade da Cannabis
Farmacologicamente, a atividade da maconha é desempenhada pelos canabinóides (classe de compostos que contém 21 átomos de carbono). O delta9-tetrahidrocanabinol é o elemento de maior psicoatividade. Outros canabinóides de menor importância também podem ser citados: o deta8-tetrahidrocanabinol, delta9-tetrahidrocanabivarin e o canabinol (CBN).

www.wikipedia.org

Comercial que defende taxação de maconha causa polêmica nos EUA

Um anúncio encomendado por uma organização que defende a legalização e taxação da maconha está causando polêmica nos Estados Unidos.
O comercial, protagonizado por uma usuária de meia-idade, defende a solução da taxação de impostos sobre maconha como forma de ajudar a combalida economia do Estado da Califórnia.
Algumas das principais emissoras do país aceitaram veicular o comercial, outras recusaram.
No anúncio, a funcionária pública Nadene Herndon, de 58 anos, que vive em Fair Oaks, na Califórnia, afirma que as autoridades locais “estão ignorando milhões de californianos que querem pagar impostos”.
“Somos usuários de maconha. Em vez de sermos tratados como criminosos por consumir uma substância mais segura do que o álcool, nós queremos pagar nossa quantia justa”, afirma Herndon.
Produzida pelo grupo Marijuana Policy Project (MPP), a propaganda tem 30 segundos e começou a ser transmitida na quarta-feira.
O objetivo da campanha é reforçar o lobby pela aprovação de um projeto-lei apresentado em fevereiro por um deputado estadual da Califórnia, que prevê a legalização da maconha e cobra impostos sobre sua venda, em uma tentativa de ajudar a reduzir o alto déficit do Estado americano.
O projeto do representante democrata de San Francisco, Tom Ammiano, legalizaria o cultivo, a posse e a venda de maconha para maiores de 21 anos. A utilização medicinal da maconha já é legal na Califórnia, mas a nova legislação iria além disto, permitindo o uso da substância para consumidores comuns.
Cultivadores da erva e atacadistas pagariam uma taxa inicial de franquia de US$ 5 mil, além de um imposto anual de US$ 2,5 mil. Já os revendedores pagariam US$ 50 por cada onça (28 gramas) do produto.
De acordo com o MPP, estimativas baseadas em estatísticas do governo federal indicam que a erva é o produto agrícola mais rentável da Califórnia, gerando rendimentos de cerca de US$ 14 bilhões em 2006, praticamente o dobro do valor dos produtos que estão em segundo e terceiro lugar na lista (verduras e uvas, respectivamente).

Crise
Durante o comercial, Herndon ainda ressalta os planos de cortes de gastos em escolas, serviços policiais e parques estaduais por conta da crise no orçamento do Estado da Califórnia.
Em fevereiro, o governador, Arnold Schwarzenegger, aprovou um orçamento de US$ 130 bilhões que elevou os impostos sobre rendimentos e fez cortes profundos nos gastos.
Desde a crise global econômica, vários Estados americanos enfrentam déficits históricos provocados por queda na arrecadação de impostos de imóveis e pelo aumento de gastos com seguro-desemprego e assistência médica.
“Os 2 milhões de californianos que usam maconha devem ser ouvidos – e suas contribuições em impostos devem ajudar a solucionar a emergência fiscal que ameaça nossas escolas, polícia e parques”, afirmou Aaron Smith, diretor do MPP.
A propaganda encerra com a usuária afirmando que o dinheiro de impostos arrecadados com a indústria da maconha na Califórnia poderia pagar o salário de 20 mil professores.
“Já não é tempo?”, questiona.

Resistência
O comercial começou a ser exibido em seis emissoras de televisão norte-americanas nesta semana.
Entre os canais que concordaram em transmitir o anúncio estão a CNN, CNN Headline News, MSNBC, CNBC, CBS e KLON.
Algumas emissoras, no entanto, se recusaram a exibir o comercial pago em sua grade de programação.
De acordo com a diretoria do MPP, algumas delas afirmaram que os padrões da emissora rejeitaram o comercial, enquanto outras disseram que não “se sentiam confortáveis” em exibir o anúncio.
“Estamos surpresos. Esse é um debate que o governador da Califórnia já disse que o Estado precisa ter”, afirmou Bruce Mirken, diretor de comunicações do MPP.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O que vale é isso!

O inverno é longo, doloroso, sombrio, frio, deixa a impressão de que não há mais vida, de que tudo acabou, mas quando chega a primavera, ah..., a primavera, o Sol, as plantas florescendo, os animais aparecendo de todos os lados, a vida em todo seu esplendor, a primavera chega para mostrar que tudo é possível, que a vida não acabou, que sempre há uma chance, que enquanto houver uma única semente, um único broto, um único filhote, a vida ainda esta presente e a qualquer momento ela pode reaparecer.
Vou viver minha vida. Minha primavera esta de volta, meu Sol esta reaparecendo, e para tudo ficar completo falta uma única e grande coisa, sem a qual não sou nada, sem a qual meu corpo e minha alma estão incompletos, essa coisa é você: FERNANDA.
Não desisti de você, vou lutar por ti, enquanto tiver forças, não sei se vou vencer, mas não desistirei tão fácil.


TE AMO BABALÚ! Nunca esquecerei o que vivemos intensamente juntos, vc foi feita pra mim e eu pra vc. Você sabe disso!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Milton Santos

Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, Bahia, 3 de maio de 1926São Paulo, São Paulo, 24 de junho de 2001) foi um advogado brasileiro. Apesar de ter se graduado em Direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.

Biografia
Milton Santos nasceu no município baiano de Brotas de Macaúbas em 3 de maio de 1926. Ainda criança, migrou com sua família para outras cidades baianas, como Ubaituba, Alcobaça e, posteriormente, Salvador. Em Alcobaça, com os pais e os avós maternos (todos professores primários), foi alfabetizado e aprendeu álgebra e a falar francês.
Aos 13 anos, Milton dava aulas de matemática no ginásio em que estudava, o Instituto Baiano de Ensino. Aos 15, passou a lecionar Geografia e, aos 18, prestou vestibular para Direito em Salvador. Enquanto estudante secundário e universitário marcou presença na militância política de esquerda. Formado em Direito, não deixou de se interessar pela Geografia, tanto que fez concurso para professor catedrático no Colégio Municipal de Ilhéus. Nesta cidade, além do magistério desenvolveu atividade jornalística, estreitando sua amizade com políticos de esquerda. Nesta época, escreveu o livro Zona do Cacau, posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, já com influência da Escola Regional francesa.
Em 1958, concluiu seu doutorado na Universidade de Strasburgo, na fronteira da França com a Alemanha. Ao regressar ao Brasil, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de Salvador. Em 1960, o presidente Jânio Quadros o nomeia para a subchefia do Gabinete Civil, tendo viajado a Cuba com a comitiva presidencial - o que lhe valeu registro nos órgãos de segurança nacional após o golpe de 1964.

Exílio
Em função de suas atividades políticas junto à esquerda, Milton foi perseguido pelos órgãos de repressão da ditadura militar. Seus aliados e importantes políticos interviram junto às autoridades militares para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão domiciliar. Milton achou que que ficaria fora do país por 6 meses, mas acabou ficando 13 anos. Milton começa seu exílio em Toulouse, passando por Bordeaux, até finalmente chegar em Paris em 1968, onde lecionou na Sorbonne, tendo sido diretor de pesquisas de planejamento urbano no prestigiado Iedes.
Permaneceu em Paris até 1971, quando se mudou para o Canadá. Trabalhou na Universidade de Toronto. Foi para os Estados Unidos, com um convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT trabalha em sua grande obra O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para a Venezuela, onde atua como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização do país para um programa da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados Americanos. Estes contatos facilitaram sua contratação pela Faculdade de Engenharia de Lima, onde foi contratado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina.
Posteriormente, foi convidado para lecionar no University College de Londres, mas o convite ficou apenas na tentativa, já que lhe impuseram dificuldades raciais. Regressa a Paris, mas é chamado de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade Central. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar es Salaam. Permaneceu por dois anos no país, quando recebeu o primeiro convite de uma universidade brasileira, a Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes pela Universidade de Colúmbia de Nova Iorque.

Retorno ao Brasil
No final de 1976, houve contatos para a contratação de Milton pela universidade brasileira, mas não havia segurança na área política e o contato fracassou. Em 1977, Milton tenta inscrever-se na Universidade da Bahia, mas, por artimanhas político-administrativas, sua inscrição foi cancelada. Ao regressar da Universidade de Colúmbia iria para a Nigéria, mas recusou o convite para aceitar um posto como Consultor de Planejamento do estado de São Paulo e na Emplasa. Esse peregrinar lhe custou muito, mas sua volta representou um enorme esforço de muitos geógrafos, destacando-se Armen Mamigonian, Maria do Carmo Galvão, Bertha Becker e Maria Adélia de Souza. Quanto ao seu regresso, Milton tinha um grande papel nas mudanças estruturais do ensino e da pesquisa em Geografia no Brasil.
Após seu regresso ao Brasil, lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até 1983. Em 1984 foi contratado como professor titular pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu mesmo após sua aposentadoria. Também cursou geografia na Universidade Católica de Salvador.

A trajetória e o reconhecimento
Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Santos alcançou reconhecimento fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, (conferido por universidades de 50 países).
Milton Santos foi dos poucos cientistas brasileiros que, expulsos durante a ditadura militar (naquilo que foi conhecido por êxodo de cérebros), voltaram depois ao país. Foi disputado por diversas universidades, que o queriam em seus quadros.
- Sua obra O espaço dividido, de 1979, é hoje considerado um clássico - mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.
- Suas idéias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros. Por uma Outra Globalização, livro escrito por Milton Santos dois anos antes de morrer, é referência hoje em cursos de graduação e pós-graduação em universidades brasileiras. Traz uma abordagem crítica sobre o processo perverso de globalização atual na lógica do capital, apresentado como um pensamento único. Na visão dele, esse processo, da forma como está configurado, transforma o consumo em ideologia de vida, fazendo de cidadãos meros consumidores, massifica e padroniza a cultura e concentra a riqueza nas mãos de poucos.

Espaço: abordagem inovadora
A obra de Milton Santos é inovadora ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.
As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro.
Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico.
Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.
Estas idéias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp,2002).

Atividades, prêmios e distinções
Por seus méritos, universidades e instituições ligadas à Geografia passam a outorgar-lhe títulos acadêmicos e honrarias. Os mais importantes são:
- Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, Paris, 1994
- Mérito Tecnológico, Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, 1997.
- Personalidade do Ano, Instituto dos Arquitetos do Brasil, 1997
- Jabuti, 1997 - Prêmio pelo melhor livro das Ciências Humanas por A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção
- Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, 1995
- Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1997
- Homem de Idéias 1998, homenagem do Jornal do Brasil a Milton Santos, em 1998
- Contemplado em concurso nacional da Revista Isto É como um dos 20 "Cientistas do Século", conforme encarte Especial nº 7, de 04 de agosto de 1999




segunda-feira, 6 de julho de 2009

Paul Vidal de la Blache

Paul Vidal de la Blache (Pézenas, 22 de janeiro de 1845 - Tamaris, 5 de abril de 1918) foi um geógrafo francês. Ele é considerado o fundador da moderna Geografia Francesa e da Escola Francesa de Geopolítica.
Vidal de la Blache é o fundador da École française de géographie (em português: "Escola Francesa de Geografia") e também fundou, juntamente com Lucien Gallois, a Annales de Géographie (1893), da qual la Blache foi editor até sua morte.
Influenciado pelas idéias da Geografia Alemã, principalmente por Friedrich Ratzel. Vidal de la Blache produziu um grande número de publicações, incluindo 21 livros. Para La Blache, um Estado deve planejar a apropriação de espaço geográfico considerando e conhecendo todas as características naturais e humanas de seu território. Com um argumento defendendo que o homem pode interferir, modificar a natureza e vencer os supostos obstáculos impostos pelas condições naturais em determinadas regiões como por exemplo, um cordilheira de montanhas, um deserto, um solo pobre, rede hidrográfica de pequeno porte etc. Suas idéias dizem que qualquer Estado soberano possui possibilidades para alcançar um nível de desenvolvimento econômico, social, tecnológico e polítco a ponto de melhoria satisfatoriamente a vida do seu povo ou da sua nação. Portanto, cabe ao Estado impor seu poder sobre o território. Tais idéias se contrapõem com as idéias do geógrafo almeão Ratzel o qual defendia a idéia de que a natureza determinava as condições sociais, econômicas e tecnológicas de um povo impossibilitando-o de se desenvolver de forma satisfatório, daá então a justificativa para o expansionismo alemão para obter um território maior, com mais recursos naturais, pois só assim a Alemanha de Bismarck conseguiria ultrapassar as potências européias do século XIX, principalmente a França e a Inglaterra.
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