A Comissão Europeia, órgão Executivo da União
Europeia, lançou nesta segunda-feira um projeto de 4 milhões de euros
destinado a incentivar a migração interna para reduzir o desemprego
entre jovens de 18 a 35 anos, que supera os 50% na Espanha e na Grécia.
A ideia é enviar o trabalhador que não encontra
um emprego correspondente à sua qualificação em seu país a outro país
onde essa mesma área enfrenta déficit de mão de obra, como recomendou a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em
março passado.O projeto é independente dos governos dos 27 sócios da UE e não está claro como será aceito em alguns países, onde a crise econômica tem exacerbado nacionalismos e contribuído para aumentar o repúdio à imigração, como ficou evidente com a ascensão dos partidos de extrema-direita Front National e Chrysi Avgi nas últimas eleições na França e na Grécia, respectivamente.
Solução parcial
De acordo com Bruxelas, 5,5 milhões de europeus entre 15 e 24 anos estão atualmente desempregados.Ao mesmo tempo, a Grã Bretanha, país do bloco com maior carência de trabalhadores atualmente, precisa de quase 29 mil vendedores, 27 mil profissionais para o setor financeiro e outros 19 mil para a área de saúde.
A Alemanha, segundo país com maior oferta de trabalho, conta com mais de 18 mil vagas para trabalhadores domésticos e quase 12 mil para profissionais de saúde.
"Ajudar as pessoas com a qualificação adequada a encontrar um emprego em outro país onde se requer essa qualificação pode ser parte da solução para a crise do desemprego na Europa", defendeu o comissário europeu de Trabalho, Lázló Andor.
A CE estima que essa primeira fase do projeto ajudará cerca de 5 mil pessoas a inserir-se no mercado de trabalho, menos de um entre cada mil jovens desempregados.
"A responsabilidade principal de melhorar as expectativas de emprego dos jovens é dos Estados, não da CE. Não temos uma solução milagrosa para superar o desemprego juvenil", desculpou-se o porta-voz de Andor, Jonathan Todd.
Outros 1,5 mil desempregados poderão ser beneficiados na segunda fase, cujo lançamento está previsto para o final do ano, com um orçamento de 3,25 milhões de euros.
Ajuda
Nesta fase piloto do projeto, as agências de trabalho de quatro países - Espanha, Itália, Alemanha e Dinamarca - coordenarão as buscas por emprego de jovens de toda a UE para combinar suas competências com as ofertas de trabalho publicadas pelas empresas de outros países no portal europeu de mobilidade laboral (Eures).Os desempregados poderão receber uma ajuda de entre 200 e 300 euros para se apresentarem a uma entrevista de trabalho no exterior e cerca de 900 euros para se mudarem para outro país onde consigam um contrato.
Em paralelo, pequenas e médias empresas que contratem jovens estrangeiros poderão receber ajudas de entre 600 e 900 euros por empregado para financiar cursos de idioma e de formação profissional ou ajudar em sua mudança.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120521_ue_desemprego_mb_ac.shtml
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