quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Apostilas de Geografia - A EVOLUÇÃO DA TERRA



·         Estrutura interna da Terra
A estrutura interna da Terra é composta de:
-          Litosfera (50 a 60 km de espessura).
-          Manto (4.600 km de espessura).
-          Núcleo (1.700 km de espessura).



A Terra é constituída por camadas concêntricas e de diferentes materiais. O conhecimento de seu interior é a chave para compreender a natureza do planeta e, dessa forma, valorizar as forças que operam ali ou na sua superfície.
A crosta terrestre ou litosfera, forma a camada externa da Terra, dividindo-se em duas subcamadas: sial e sima. O sial, na parte mais externa da crosta terrestre, é rico em silício e alumínio, sua temperatura aumenta conforme a profundidade. O sima, na porção inferior, além dos minerais silício e magnésio, apresenta rochas basálticas.
O manto é a camada de transição de grande importância. Nele se produzem correntes de materiais que ascendem a crosta terrestre. Essas correntes são responsáveis por fenômenos como a formação das montanhas, dos vulcões e movimentos continentais.
A sismologia admite que, numa certa camada do manto (entre 100 e 350 km de profundidade), existe uma massa plástica de minerais capaz de se deslocar em estado líquido, a astenosfera, sobre a qual se assentam as placas tectônicas.
O núcleo, rico em ferro, níquel e minerais de alta densidade (nife), possui temperaturas acima de 6.000ºC.

·         Eras geológicas

A Terra tem a idade geológica calculada entre 4,5 e 5 bilhões de anos. A geologia, ciência que se dedica ao estudo do planeta, divide a idade geológica em eras, épocas, períodos, idades e fases. Durante esse tempo, o planeta vem sofrendo inúmeras transformações. Os geólogos utilizam-se de rochas e fósseis para estabelecer uma divisão cronológica da evolução terrestre.



·         Teoria da deriva continental
Denominada também de teoria da translação dos continentes ou de Wegener (1880-1930), a teoria da deriva continental afirma que continentes ou terras emersas flutuam sobre magma ou astenosfera, da mesma forma que a madeira e o gelo flutuam na água.
Como elementos comprobatórios de sua teoria, Wegener citou:
-          a coincidência entre a linha d recorte do litoral oeste africano e do leste da América do Sul, mostrando que esses recortes se encaixam como peças de um quebra-cabeças;
-          concordância entre estratos rochosos dos litorais da África e do Brasil;
-          semelhança de flora e fauna, que não poderiam existir caso os continentes ou as terras emersas sempre tivessem sido como nos dias atuais.



Wegener partiu da existência, há cerca de 220 milhões de anos (era Paleozóica), de um supercontinente a que deu o nome de Pangéia e de um só imenso oceano, Pantalassa.
A Pangéia teria sido dividida por um longo braço de mar, em virtude de forças internas da Terra, dando origem a duas grandes massas continentais: Gondwana e Laurásia.
Gondwana ao sul, abrangeria as atuais áreas da América do Sul, Índia, África, Nova Zelândia, Austrália, Antártida, Madagascar, além do Sri Lanka. Laurásia, ao norte, incluiria as da América do Norte, Groenlândia, Ásia e Europa.
A cerca de 65 milhões de anos (final da era Mesozóica e início da Cenozóica), a América do Sul teria começado a separar-se da África, ampliando o oceano Atlântico. O deslocamento para o oeste das terras que hoje formam as Américas ocasionou uma grande pressão sobre as rochas, comprimindo-as e desdobrando-as, dando origem à cordilheira dos Andes na América do Sul, e  as montanhas Rochosas da América do Norte. O deslocamento da África e da ilha que hoje corresponde a Índia, para o norte, deu origem as cadeias montanhosas da Europa (Alpes e Pirineus), e da Ásia (Cárpatos, Caucáso e Himalaia).
Finalmente, na era cenozóica, os continentes e oceanos assumiram a configuração atual, mas os deslocamentos continuam.
Alfred Wegener não conseguiu explicar, em sua teoria, como os continentes poderiam deslocar-se. No entanto, a teoria ganhou consistência nos anos de 1950, quando a geofísica, por meio de modernas técnicas de pesquisas, comprovou pela teoria das placas tectônicas ou da tectônica de placas que os continentes se movimentam sobre o magma.

·         Teoria da tectônica de placas
O pesquisador Jason Morgan, da Universidade de Princeton (EUA), no ano de 1967, formulou a teoria da tectônica de placas usando conhecimentos desenvolvidos por outros pesquisadores. Um deles, Harry Hammond Hess, geofísico norte-americano, propôs a teoria do leito oceânico, além de Ter descoberto os guyot - montes submarinos cujos cumes achatados teriam sido erodidos quando se encontravam acima da superfície das águas. A submersão desses montes teria ocorrido pelo deslocamento da crosta oceânica abaixo deles.
De acordo com a teoria da tectônica de placas, a litosfera é um envoltório não-contínuo dividido em partes que se apoiam ou flutuam sobre a astenosfera. Identificaram-se oito placas principais, de maior extensão, e seis secundárias de menor extensão. Na parte superior dessas placas, firmemente incrustadas em rochas densas, estão os continentes e terras emersas e as bacias oceânicas.


Em razão dos movimentos tectônicos, a placa Sul-americana afasta-se da Africana a velocidade de 2 cm por ano; a de Nazca mergulha por baixo da Sul-americana 10 cm por ano; as de Scotia e do Caribe não são atingidas diretamente pelo deslocamento da Sul-americana, que passa muito próxima a elas. Verifica-se também um afastamento entre a África e a Ásia, na região da península arábica, com a tendência do mar Vermelho aumentar de largura, originando um oceano. Além disso, as zonas sísmicas ou de terremotos e de vulcanismo encontram-se na faixa de contato entre as placas que são áreas de instabilidade geológica.

·         Rochas
As rochas são associações de partículas de minerais, isto é, substâncias inorgânicas com uma composição química determinada, constituída de elementos que aparecem naturalmente na crosta terrestre.
Elas classificam-se e simples e compostas: rocha simples é formada por um só tipo de mineral; a composta, por várias espécies de minerais.
As rochas conforme a origem, são: magmáticas ou ígneas, sedimentares ou estratificada; e metamórficas.



a)      Rochas magmáticas ou ígneas
Constituem a base dos continentes. Elas originam-se do magma pastoso ou líquido que é pressionado para a superfície terrestre, em razão das elevadas temperaturas. Caso se esfrie antes de alcançar a superfície, ou seja, solidifique-se no interior da Terra, o magma originará minerais cristalizados, como o granito - rocha ígnea intrusiva ou plutônica, que se consolida nas partes profundas da litosfera. Se atingir a superfície terrestre, por meio de vulcões ou das dorsais submarinas, causará rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas, formadas pela solidificação do material das erupções vulcânicas, sendo o basalto a mais comum.



b)      Rochas sedimentares ou estratificadas
São as mais abundantes na superfície terrestre e sua formação provem do acúmulo de partículas de origem mineral, animal ou vegetal, segundo o processo de sedimentação que as diferenciam.
-          Detríticas: estão expostas de forma permanente ao desgaste e a destruição, por efeito das chuvas, geleiras, rios, mares e ventos que transportam seus sedimentos para outros lugares. São rochas detríticas: arenito e saltito.
-          Químicas: originam-se da evaporação das águas como o sal.
-          Orgânicas: provem do acúmulo de enormes quantidades de organismos (restos de vegetais e animais), dentre eles petróleo, carvão e betume.



c)       Rochas metamórficas
O nome resulta de metamorfosis, que significa trocar a forma. Essas rochas derivam das transformações ocasionadas por intenso calor e pressão sobre as rochas ígneas ou sedimentares, que modificam sua metamórfica composição mineral. Quando o magma atinge a crosta terrestre, suas rochas, em contato com as novas condições de temperatura ou pressão, modificam-se: o calcário transforma-se em mármore, o arenito em quartzito.


·         Principais estruturas geológicas da Terra
A crosta terrestre compõem-se essencialmente de rochas. Em razão das grandes transformações no planeta, a disposição dessas rochas determinou três tipos diferentes de formação: escudos antigos ou maciços cristalinos, bacias sedimentares, e dobramentos modernos.

Escudos antigos ou maciços cristalinos
São blocos imensos constituídos de rochas cristalinas do tipo magmático-plutônicas, que foram as primeiras na crosta terrestre, formadas na era pré-cambriana, ou de rochas metamórficas, que são extensões resistentes, estáveis, bastante desgastadas e geralmente associadas à ocorrência de minerais metálicos, originadas de material sedimentar paleozóico.
No Brasil, esses escudos ou maciços correspondem a 36% da área total e dividem-se em duas grandes porções: Escudo das Guianas, ao norte da planície Amazônica, e Escudo Brasileiro, na parte centro-oriental, cuja grande extensão permite classifica-lo em outros escudos e núcleos.
Os escudos formaram-se durante os períodos Arqueano e Algonquiano.

Bacias sedimentares
São depressões relativas, ou seja, planos mais baixos encontrados nos escudos, preenchidas por detritos ou sedimentos das áreas próximas. Esse processo de deposição sedimentar surgiu nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica e ainda continua. As bacias sedimentares estão associadas à presença de combustíveis fósseis - petróleo, carvão, xisto e gás natural.
No Brasil, elas correspondem a 64% do território nacional e constituem grandes bacias: a Amazônica, a do Meio-norte, a do Paraná, a São-Franciscana e a do Pantanal Mato-Grossense; ou pequenas bacias, geralmente alojadas em compartimentos de planaltos, como as do Recôncavo Baiano, de Curitiba, Taubaté, Resende e São Paulo.



Dobramentos modernos
São grandes estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes. Forças tectônicas vigorosas, durante o período Terciário da era Cenozóica, provocaram o enrugamento dessas estruturas, originando grandes cadeias montanhosas ou cordilheiras, como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, e o Himalaia. Nessas áreas instáveis da crosta terrestre, são freqüentes os terremotos e as atividades vulcânicas. Não estão presentes no território brasileiro.


·         Solos
O estudo do solo é fundamental para o desenvolvimento da agricultura, pois dele os vegetais retiram os nutrientes necessários para o desenvolvimento. Todos os seres vivo s sobrevivem dos recursos encontrados e desenvolvidos no solo, por isso os estudiosos preocupam-se em desenvolver técnicas inovadoras para aproveitá-lo melhor, sem causar sua destruição. É necessário garantir a permanência da sua fertilidade para a sobrevivência da humanidade.


O solo é a camada superficial da crosta terrestre, de espessura variável, resultante da ação do intemperismo. Nele se encontram elementos e partículas minerais, matéria orgânica, água e oxigênio.
A troca de temperatura constante (calor e frio) produz contração e dilatação das rochas, resultando em fraturas ou rachaduras que contribuem para acelerar o processo de decomposição.
Os principais tipos de solo encontrados no Brasil são: terra roxa, massapé, de cerrado, da caatinga e da Amazônia.
Possuem grande fertilidade:
-          Terra roxa, resultante da decomposição da rocha magmática vulcânica - basalto -, encontrada principalmente nos estados do Paraná e São Paulo. Nessas áreas, cultivam-se café, cana de açúcar, trigo e soja.
-          Massapé, solo argiloso da Zona da Mata nordestina. Origina-se da decomposição de rochas do tipo granito e calcário. Representou a base econômica do Brasil colonial, pois nele se desenvolveu o cultivo da cana de açúcar.

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