domingo, 1 de novembro de 2009

Colômbia e EUA assinam acordo sobre bases militares

O acordo permitirá o acesso de soldados estadunidenses a pelo menos sete bases militares em território colombiano.

Os governos da Colômbia e dos Estados Unidos assinaram, nesta sexta-feira (30), o acordo que permitirá o acesso de soldados estadunidenses a pelo menos sete bases militares em território colombiano.

O documento foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores colombiano, Jaime Bermúdez, e pelo embaixador estadunidense em Bogotá, William Brownfield. Os dois formalizaram o acordo em um ato privado realizado no Palácio de San Carlos, sede da Chancelaria colombiana, no centro de Bogotá. De acordo com Bermúdez, o Legislativo colombiano não analisará o acordo, que precisará passar somente pelo Congresso dos Estados Unidos.

Bermúdez informou que o acordo deve ser publicado na próxima semana e que o texto será enviado a todos os países membros da União das Nações Sulamericanas (Unasul).

"Eu mesmo estou firmando uma carta para todos os chanceleres [da região], falando que temos que ter as melhores relações e buscar mecanismos mais eficazes de cooperação", afirmou o ministro colombiano.

A possibilidade de assinatura do acordo vinha suscitando críticas por parte dos países da América do Sul, principalmente Venezuela e do Equador, que consideram o tratado uma ameaça para a paz e a soberania da região. Outras nações, como Brasil e Argentina, também demonstraram preocupação.

O assunto chegou a ser tema de reuniões da Unasul, quando os presidentes dos países membros do grupo pediram esclarecimentos do acordo às autoridades colombianas, que se negaram a expor o texto na íntegra.

Em agosto, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, afirmou que o acordo com os Estados Unidos é uma extensão do Plano Colômbia, que visa combater o terrorismo. O plano, firmado por Washington e Bogotá em 2000, faz com que os estadunidenses destinem à Colômbia, anualmente, cerca de 600 milhões de dólares para o financiamento de programas de segurança e cerca de 600 oficiais do país norteamericano são autorizados a treinar tropas locais para combater o narcotráfico e a guerrilha.

"Para nós, é muito positivo. Para nós, é também uma necessidade. E para a região, tem muitos benefícios também", disse o general das Forças Armadas colombianas, general Freddy Padilla.

O novo acordo militar, que terá vigência de dez anos e permitirá o envio de 800 militares estadunidenses e 600 civis, custará em torno de 400 milhões de dólares somente para a adequação das bases e sustento dos funcionários.

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