quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Região Sul do Brasil

A Região Sul é uma das cinco grandes regiões em que é dividido o Brasil. Compreende os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que juntos totalizam uma superfície de 576.300,8 km². A Região Sul é a menor das regiões brasileiras e faz parte da região geoeconômica Centro-Sul. É um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência européia, principalmente de origem italiana e germânica. A Região Sul apresenta altos índices sociais em vários aspectos: possui o maior IDH do Brasil, 0,807 [3], e a segunda maior renda per capita do país, 13.208,00 reais, atrás apenas da Região Sudeste. A região é também a mais alfabetizada, 93,7% da população.
Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com a Região Centro-Oeste e com a Região Sudeste do Brasil ao norte e com o Oceano Atlântico ao leste.
Sua história é marcada pela grande imigração européia, pela Guerra dos Farrapos, também chamada de Revolução Farroupilha e mais recentemente pela Revolução Federalista, com seu principal evento o "Cerco da Lapa" e o Contestado.
Características gerais
População grande em área pequena
A região Sul é a menor em superfície territorial do Brasil, ocupa cerca de 7% do território brasileiro, mas por outro lado, sua população é duas vezes maior que o número de habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste. Seus 26.973.511 habitantes representam uma densidade demográfica de 43,50 hab./km². Com um desenvolvimento relativamente igual nos setores primário, secundário e terciário, essa população apresenta os mais altos índices de alfabetização registrados no Brasil, o que explica, em parte, o desenvolvimento socioeconômico da região em comparação com as outras regiões brasileiras.

Localização ao sul do Trópico de Capricórnio
A Região Sul é a única região brasileira localizada quase totalmente abaixo do Trópico de Capricórnio e, por isso mesmo, é a mais fria do Brasil. O clima dominante é o subtropical e são freqüentes as geadas. Em altitudes elevadas também ocorrem ocasionalmente precipitações de neve. As estações do ano são bem definidas e as chuvas, em geral, distribuem-se em grande quantidade ao longo do ano. O clima regional do sul, em comparação com as demais regiões do país, caracteriza-se por sua homogeneidade, notadamente no que se refere à sua pluviometria e ao ritmo estacional de seu regime. Destaca-se um clima mesotérmico bastante úmido no Planalto Meridional e subtropical, e superúmido na faixa litorânea e na encosta atlântica, com temperaturas bastante elevadas. Como característica geral, o clima do Sul é o subtropical, apresentando uma sensível oscilação térmica durante o ano. É possível diferenciar nitidamente duas estações: o inverno, que pode ser frio e o verão, quente, sobretudo nas áreas de baixa altitude dos três estados. Apenas o extremo noroeste do Estado do Paraná e os litorais do Paraná e Santa Catarina apresentam invernos amenos e verões quentes, excetuando-se os locais mais elevados do planalto, de clima mais brando. Na Região Sul, foram registradas tanto a mais alta, quanto a mais baixa temperatura de todo o Brasil (até 2005).

Paisagens geoeconômicas bem diferenciadas
No Sul, originalmente, diferenciavam-se duas áreas: a de florestas e a de campos. A primeira, colonizada por imigrantes alemães, italianos e eslavos, assumiu um aspecto europeu, com pequenas e médias fazendas voltadas para a policultura. A região de campos, ao contrário, ocupada desde a época colonial por latifundiários escravocratas, foi utilizada inicialmente para a pecuária extensiva e, mais tarde, também para o cultivo de trigo e soja. Hoje em dia, com o êxodo rural e inovações da agricultura, aumentou-se muito a concentração fundiária na região.
Atualmente, além dessas duas paisagens, há também as áreas industriais e urbanizadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Curitiba [4], no Paraná e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Também é importante destacar a região norte do Paraná, que compreende como cidades pólo Londrina e Maringá, considerada "celeiro do Brasil" possui a maior produção de grão do país e a terceira maior do mundo, concentrando grande influência no campo agroindustrial.
Embora distintas, essas paisagens geoeconômicas estão integradas, o que facilita caracterizar a região como a mais uniforme do Brasil quanto ao índice de desenvolvimento humano.

História
Os primeiros habitantes da Região Sul foram os indígenas. Posteriormente, vieram os padres jesuítas espanhóis para catequizar os índios. Esses religiosos fundaram aldeias denominadas missões ou reduções. Os índios que habitavam as missões criavam gado, ou seja, dedicavam-se à pecuária, trabalhavam na agricultura e aprendiam ofícios.
Os bandeirantes paulistas atacaram as missões para aprisionar os índios. Com isso, os padres jesuítas e os índios abandonaram o lugar e o gado ficou solto pelos campos. Muitos paulistas foram aos poucos se fixando no litoral de Santa Catarina. Eles fundaram as primeiras vilas no litoral.
Os paulistas interessaram-se também pelo comércio do gado. Os tropeiros, isto é, os comerciantes de gado, reuniam o gado espalhado pelos campos. Eles levavam os animais para vender nas feiras de gado, em Sorocaba. No caminho por onde as tropas passavam surgiram povoados. Os tropeiros também organizaram as primeiras estâncias, ou seja, fazendas de criação de gado.
Para defender as estâncias que tinham sido criadas, o governo português mandou construir fortes militares na região. Em volta dos fortes surgiram povoados. Durante muitos anos, os portugueses e os espanhóis lutaram pela posse de terras do Sul. As brigas continuaram e apenas foram resolvidas com a assinatura de tratados. Esses tratados determinaram os limites das terras localizadas no sul do Brasil.
A população da Região Sul aumentou muito com a chegada dos primeiros imigrantes europeus. Os primeiros imigrantes foram os açorianos. Depois vieram principalmente os alemães e os italianos. Outros grupos (árabes, poloneses e japoneses) também procuraram a região para morar. Os imigrantes fundaram colônias que se tornaram cidades importantes.
As terras do norte e oeste do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as últimas regiões a serem povoadas. O norte do Paraná foi povoado com a criação de colônias agrícolas financiadas por uma companhia inglesa. Pessoas de outros Estados do Brasil e de mais de 40 países vieram para a região trabalhar como colonos no plantio de café e de cereais. No oeste catarinense desenvolveram-se a pecuária, a exploração da erva-mate e da madeira.
A Região Sul do Brasil é composta por três estados:
Paraná: Abriga o que restou da mata de araucárias, uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo. Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional do Iguaçu, declarado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do planeta.O barreado é o prato caboclo típico do litoral, preparado com carne bovina, toucinho e temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça.
Santa Catarina: Menor e menos populoso estado da região, Santa Catarina aprecia enseadas e muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste, com mata de araucárias e campos. De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas ao longo do ano, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto.Santa Catarina tem grande influência de imigrantes alemães no Vale do Itajaí, no nordeste, norte do estado e serra, italianos no sul e açorianos em Florianópolis e em boa parte da faixa litorânea do estado. Na culinária são tradicionais o pirão de peixe no sul e a marrecada no norte. Na capital, o destaque é a seqüência de camarão, uma série de vários pratos preparados com o crustáceo. O estado, aliás, mantém uma posição de liderança na maricultura, com grande produção e exportação de camarão e ostras em cativeiro.
Rio Grande do Sul: No maior e mais populoso estado da região fica um pontos extremos do País, o Arroio Chuí. O clima do Rio Grande do Sul é temperado, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. A vegetação é variada: campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias e restingas.O principais colonizadores foram os italianos, que se fixaram principalmente na região serrana, no nordeste do estado, os alemães, que ocuparam a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre e os portugueses, entre eles os açorianos, permaneceram no litoral.Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão, o churrasco e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho e lenço no pescoço.
Geografia
O clima da Região Sul apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em se alternam florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.
O Planalto Meridional é constituído por rochas sedimentares antigas (arenitos) e extensões de rochas magmáticas eruptivas (basaltos). Subdivide-se em:
Planalto Arenítico-Basáltico, uma formação de cuestas, conhecidas como serrasSerra Geral (Santa Catarina) e coxilhas (Rio Grande do Sul);
Depressão Periférica, conhecida como planalto dos Campos Gerais (Paraná) e Depressão Central (Rio Grande do Sul).
O Planalto Cristalino Brasileiro é formado por rochas sedimentares antigas junto ao litoral e pela escarpa da serra do Mar. Áreas mais baixas e onduladas ao sul, caracterizando as serras de Sudeste, com suas inúmeras coxilhas.
Na Planície Costeira ou Litorânea, aparecem pequenas planícies fluviais, embutidas nos planaltos, e uma extensa planície costeira, que ora se estreita, ora se torna bastante larga. Nessa planície, há presença de restingas, lagoas costeiras, praias e dunas.
O clima da Região Sul é subtropical, na maior parte da região. As temperaturas média oscilam entre 12ºC a 21ºC, com grande amplitude térmica. As chuvas de 1.200mm e 2.000mm são bem distribuídas durante o ano.
A Região Sul é representada basicamente por duas bacias:
bacia do Paraná — principais rios: Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, além do Paraná.
bacia do Uruguai — principais rios Ijuí, Ibicuí e Piratini, além do Uruguai.
Na Mata das Araucárias se encontram espécies úteis, como o pinheiro-do-paraná e a imbuia. A Mata Atlântica está localizada junto ao litoral e ao vale dos grandes rios.
Os campos meridionais ou do planalto, também conhecidos como Campanha Gaúcha ou Pampa, no Rio Grande do Sul, que constituem excelentes paisagens naturais.
Relevo
O relevo da Região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do Planalto Brasileiro: o Planalto Atlântico (Serras e Planaltos do Leste e Sudeste) e o Planalto Meridional. Nessa região, o Planalto Atlântico é também denominado Planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: Planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies. O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do Paraná. Porém o Morro da Igreja está situado a 1.822 metros de altitude, sendo o ponto habitado mais alto da Região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura mais baixa do Brasil: -17,8°C, em 29 de junho de 1996.
Os principais aspectos primários do relevo sulista são:
Planície Costeira ou Litorânea;
Campanha Gaúcha ou Pampa;
Planalto Atlântico;
Planalto Meridional.
Clima
No Brasil, país predominantemente tropical, somente a Região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 12°C a 21°C, e o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas freqüentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro mas pode-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20°C e as chuvas caem principalmente no verão.
Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do Sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas; no inverno, as frentes frias são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul e trazem um vento frio chamado de minuano ou pampeiro.

Hidrografia
Tanto a Serra do Mar como a Serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa forma, o relevo da Região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da Bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a maior do mundo). Essa exploração permite ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos nessa área.
Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias secundárias, conhecido como Bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela colonização alemã.

Vegetação
Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao sul do Brasil, é comum se lembrar da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.
A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais elevadas dos planaltos do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra no Planalto Arenito-basáltico, no interior da região.
Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão. Além dessa mata, a Serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o Oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua pelo Sudeste até chegar ao Sul.
A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente apenas em trechos. A devastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade madeireira. No Norte e Oeste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado implantar uma política de reflorestamento.
A Região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duas áreas distintas. A primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e aparece como uma camada de ervas rasteiras que assim constitui a melhor paisagem natural do Brasil.
Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.
Extraído de www.wikipedia.org a enciclopédia livre.

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