segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Impacto da crise na China é chave para Brasil, diz economista

Economistas ouvidos pela BBC Brasil são quase unânimes em afirmar que a crise americana deve chegar amortecida ao Brasil e que o principal impacto no país deve ser uma redução do crescimento econômico.
O país cresceria menos, mas ainda assim continuaria a crescer.
O tamanho da desaceleração, porém, dependeria de um fator por enquanto desconhecido: o impacto desse mesma crise na China.
"Enquanto a China continuar crescendo de forma acelerada, os impactos no Brasil serão limitados. Se a China desacelerar muito, o Brasil vai sentir o tranco", diz economista Ricardo Amorim, diretor executivo para mercados emergentes do WestLB.
1929
Na opinião de Amorim, os Estados Unidos não vêem pior crise desde 1929.
"Independentemente da definição técnica, na prática, a economia americana já está em recessão. A dúvida é apenas quanto tempo a recessão vai durar e quão profunda ela será."
O brasilianista Thomas Skidmore concorda que os impactos da crise no Brasil serão menores do que seriam no passado.
"O Brasil teve um período de boom extremamente bem sucedido com as exportações para a Ásia e Europa e por isso há relativamente pouca razão para se preocupar com a crise de Wall Street."
Segundo o professor, o sistema financeiro está muito sólido no Brasil, "muito mais sólido que nos EUA".
"Posição confortável"
Para Riordan Roett, membro do Conselho de Relações Internacionais de Nova York e professor da John Hopkins University de Washington, ainda é muito cedo para determinar o impacto da crise a longo prazo no Brasil, mas diz que o país está numa "posição confortável".
"Em dois dias teremos uma noção melhor do que vem pela frente e se a crise vai afetar o Brasil", diz.
O analista acredita que os países emergentes estão melhor preparados desta vez porque obteviram excedentes fiscais, cresceram mais do que o esperado e seus governos têm sido cautelosos mantendo as taxas de juro e evitando a inflação.
"O Brasil não terá problemas em acessar o mercado internacional e, neste momento, o país não precisa acessar esses mercados", diz.
Por outro lado, Roett diz que, se o mercado se deteriorar de forma dramática, a crise vai ter impactos não somente o Brasil mas também na Ásia e em todos os mercados emergentes.

Extraído de www.bbcbrasil.com.br

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