Atualizado em 6 de junho, 2013 - 14:46 (Brasília) 17:46 GMT
Estatísticas mostram que o suicídio mata hoje mais militares dos Estados Unidos do que as próprias operações de combate em guerras. Acredita-se que, todos os dias, um militar americano que regressou ao país após servir em uma zona de conflito tira sua própria vida.
O número de suicidas após servir no Afeganistão é particularmente ilustrativo. Ele já supera o número total de militares dos EUA que morreram em combate no país centro-asiático.
O alto número de suicidas levanta questões sobre o tratamento dado aos veteranos de guerra americanos. O que estaria errado no cuidado prestado a eles?
Alguns motivos têm sido citados para explicar as mortes, entre eles o fato de que os veteranos sofrem de sequelas psiquiátricas e que o sistema para dar assistência a eles está sobrecarregado, já que governo não dedicaria suficientes recursos para ajudá-los.
Entretanto, desde o ano passado, o governo americano tem ampliado o apoio aos veteranos, e novas terapias têm sido usadas para tentar minimizar os efeitos do trauma.
Estresse pós-traumático
Os transtornos psiquiátricos são um dos principais motivos que levam os militares que chegam de zonas de conflito a buscar ajuda no Departamento de Assuntos para Veteranos, mantida pelo governo dos Estados Unidos.
O diagnóstico mais frequente é o de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), mas muitos também sofrem de depressão e relatam dependência de drogas.
Paula Schnurr, vice-diretora executiva do Centro Nacional para TEPT nos Estados Unidos, disse à BBC Mundo que "o TEPT é um problema muito significativo entre os veteranos e militares da ativa, já que este é um dos transtornos mais afetam os indivíduos que vivem uma experiência traumática durante o serviço militar, como por exemplo a exposição a uma zona de guerra".
Mas não é necessariamente correto atribuir o grande número de suicídios de militares americanos ao diagnóstico de estresse pós-traumático.
"A incidência de suicídio em pessoas com TEPT juntamente com outros transtornos mentais é alta", responde Schnurr."Porém, a grande maioria das pessoas que sofrem de TEPT não tenta se suicidar. É um problema sério, mas tempos que salientar que a maioria desses pacientes não têm tendência ao suicídio".
Investimento
Percebendo a gravidade da situação, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, resolveu investir mais recursos materiais e humanos na atenção psicológica aos veteranos de guerra e militares em serviço.
No dia 31 de agosto do ano passado, Obama publicou um decreto de lei que transfere mais recursos e poder a um conjunto de departamentos que oferece assistência a membros do Exército ─ o Departamento para Assuntos dos Veteranos, a Secretaria de Defesa e o Serviço de Saúde.
Além disso, no ano passado, foram investidos US$ 5 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões) nos serviços de para apoio à saúde mental.
De acordo com o Departamento para Assuntos dos Veteranos, foram criados 15 projetos piloto em sete Estados, onde a entidade mantém agentes que ajudam os veteranos a ter acesso a serviços de saúde mental.
Foram contratados 1,6 mil agentes de saúde mental e 248 novos especialistas na área.
Foi ainda criada uma campanha nacional para prevenção do suicídio com a finalidade de aproximar os veteranos e militares ativos dos serviços de saúde mental.
Dinheiro não é tudo
Contudo, julgar que a situação é resultado da mera falta de recursos é, segundo especialistas, simplificar o problema.
Essa é a opinião de Raúl Coimbra, diretor do sistema de saúde do Hospital de San Diego, na Califórnia. Segundo ele, existem outros fatores que têm um papel muito importante, como o estigma que persiste em torno dos problemas mentais: muitos militares não se sentem confortáveis para pedir ajuda, pois não querem ser classificacos como loucos.
Existem ainda os que querem receber ajuda, mas não pelas mãos de um especialista civil. Os militares se queixam que os civis desconhecem a realidade enfrentada pelos membros do exército e por isso preferem recorrer a outras fontes de ajuda.
Um comentário:
LIXO ESQUERDISTA = LIXO DIREITISTA = GOVERNO BOSTA
Postar um comentário