sexta-feira, 26 de março de 2010

EUA e Rússia fecham acordo para redução de armas nucleares

Os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo para a redução de seus arsenais nucleares para substituir o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), assinado em 1991 e que expirou em dezembro.

O novo tratado, acertado após uma conversa telefônica entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, deverá ser assinado em 8 de abril em Praga, na República Tcheca.

Com o acordo, os dois países deverão cortar seus arsenais nucleares em cerca de 30%, com um limite máximo de 1.550 ogivas permitidas para cada um.

Estados Unidos e Rússia já haviam concordado em diminuir o número de mísseis em julho do ano passado, mas o acordo ficou em suspenso até agora por desacordos sobre a verificação das reduções.

'Progresso'

Ao anunciar o acordo, nesta sexta-feira, Obama afirmou que "as armas nucleares representam tanto os dias mais negros da Guerra Fria quanto as mais perturbadoras ameaças de nosso tempo".

"Hoje, demos um novo passo adiante para deixar para trás o legado do século 20 e construir um futuro mais seguro para nossos filhos."

"Fizemos um progresso que é claro e concreto. E demonstramos a importância da liderança americana - e da parceria americana - para nossa própria segurança e para a segurança do mundo", disse Obama.

Segundo analistas, o novo acordo marca um avanço significativo para a política externa do presidente Obama, que em um discurso em Praga no ano passado falou sobre seu desejo de ver um mundo livre de armas nucleares.

Ambos os países ainda terão uma quantidade de armas muito superior à quantidade necessária para conter ameaças, mas o acordo poderá ser considerado o primeiro passo no cumprimento do desejo manifestado pelo presidente Obama há quase um ano.

Tratado de Não-Proliferação

Ao comentar o acordo nesta sexta-feira, o presidente americano admitiu que seu desejo não deverá ser conseguido no futuro próximo, mas disse que o novo tratado com a Rússia é "uma parte fundamental do esforço" para avançar com sua agenda.

O acordo entre os Estados Unidos e a Rússia envia um sinal antes de um encontro crucial em maio para revisar o Tratado de Não-Proliferação – o ponto-chave para evitar a proliferação de armas nucleares.

Tanto o governo americano quanto o russo querem ser vistos reduzindo seus arsenais nucleares, algo que os países que não têm armas atômicas exigem para que todo o sistema de não-proliferação possa funcionar efetivamente.

O acordo também marca uma melhoria nos laços entre os Estados Unidos e a Rússia.

E pode estabelecer o ambiente para o início de novas conversações para um tratado de reduções ainda mais ambicioso – apesar de que isso poderá necessitar de vários anos de negociações para ter qualquer chance de sucesso.

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