quinta-feira, 6 de agosto de 2009

EUA ameaçam agir se Eritreia apoiar rebeldes na Somália

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos vão "agir" se a Eritreia não parar de dar apoio a militantes islâmicos que atuam na vizinha Somália.
Clinton fez a declaração na capital do Quênia, Nairóbi, onde se encontrou com o presidente da Somália, Sharif Ahmed.
Ahmed lidera o chamado governo transitório de união somali, que é reconhecido pela ONU, mas que não tem controle de fato do território do país - a coalizão liderada por Ahmed administra apenas uma pequena área da capital Mogadíscio. A Somália não tem um governo central com controle total do país desde 1991.
Os Estados Unidos acusam a Eritreia de apoiar o grupo Al-Shabab, que luta pelo poder na Somália - acusação que o governo da Eritreia nega.

Al Qaeda
"Já passou da hora da Eritreia parar de apoiar o Al-Shabab e se tornar um vizinho construtivo, e não desestabilizador", disse Hillary Clinton. "Estamos dizendo de forma bastante clara que essas ações são inaceitáveis. Temos a intenção de agir se elas não cessarem."
"Não há dúvidas de que o Al-Shabab quer controlar a Somália para usar o país como base para influenciar e mesmo se infiltrar em países vizinhos para lançar ataques contra outras nações, próximas e distantes", acrescentou.
De acordo com a secretário de Estado americana, o grupo - que é acusado de ligações com a Al-Qaeda - será "uma ameaça aos Estados Unidos" se obtiver o controle da Somália.
Os militantes do movimento radical islâmico Al-Shabab têm cada vez mais força no país, e mais de 250 mil pessoas abandonaram suas casas nos últimos três meses.
Há informações de que o Al-Shabab estaria conseguindo apoio de militantes islâmicos do mundo todo. No começo da semana, a polícia da Austrália prendeu quatro suspeitos de planejar ataques suicidas em uma base militar do país e acusou os detidos de envolvimento com o Al-Shabab.
Os Estados Unidos admitem que forneceram às forças partidárias do governo somali 40 toneladas de armas e munição em 2009 e outro carregamento de armas está previsto.
Hillary Clinton está em uma viagem de 11 dias pela África e deve passar também por África do Sul, Nigéria, Angola, Libéria, República Democrática do Congo e Cabo Verde.

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