quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Após a festa, crise econômica e guerras aguardam Obama

A poucas horas de se converter no primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama assumiu um compromisso durante um evento em homenagem a Martin Luther King, assassinado em 1968: “renovar a promessa do sonho americano”. “Este dia não é para parar e refletir, é um dia para agir (...) Peço aos estadunidenses que dediquem seus esforços de hoje ao compromisso de enriquecer as vidas de outras pessoas em suas comunidades, suas cidades e seu país”, declarou Obama em um comunicado. “Estamos decididos a caminhar juntos. E ao avançar na missão de renovar a promessa deste país, recordemos a lição de King: que nossos sonhos separados são, na verdade, um mesmo sonho”, acrescentou.Na véspera de assumir a presidência dos EUA, Obama visitou soldados feridos em um hospital militar, o Centro Médico Walter Reed, nos arredores de Washington. Em 2008, a imprensa norte-americana denunciou práticas negligentes e maus tratos aos soldados neste hospital. Um dia antes, no domingo, a família Obama encabeçou um megaconcerto em homenagem ao seu triunfo eleitoral, diante de milhares de pessoas no Lincoln Memorial, dedicado ao ex-presidente Abraham Lincoln. Martin Luther King e Abraham Lincoln, os dois heróis políticos de Obama, de 47 anos de idade, foram escolhidos para sinalizar o caminho que o novo presidente pretende imprimir em seu governo.Obama e seu vice-presidente Joe Biden prestarão o juramento presidencial na manhã desta terça-feira (a partir das 11:30, hora local), em uma cerimônia que será transmitida para todo o mundo. Mas o clima festivo durará pouco. Assim que assumir, Obama deverá começar a tomar importantes decisões, diante de um quadro de crise econômica e da ameaça de uma forte recessão. No plano político, Gaza, Iraque e Afeganistão também baterão à porta do famoso Salão Oval da Casa Branca. Particularmente no caso de Gaza, há uma grande expectativa sobre os primeiros movimentos e declarações do novo presidente da maior potência do planeta.Até aqui as palavras de Obama foram cautelosas. “Não tenho a pretensão de acreditar que superar estes obstáculos será fácil. Mas não se esqueçam de que o verdadeiro caráter de nossa nação se revela, não nos tempos de calma e comodidade, mas sim naquilo que fazemos quando os tempos são difíceis”, declarou no domingo. Uma das primeiras medidas, já adiantadas pelo novo porta voz da Casa Branca, Robert Gibbs, deverá ser o fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba. Na quarta-feira, a agenda de Obama prevê uma reunião com seus principais conselheiros militares. Na pauta, as guerras no Iraque e no Afeganistão. E, em especial, a promessa feita na campanha eleitoral de “retirar as tropas do Iraque de forma responsável e segura, nos próximos 16 meses”.Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo Obama deve mudar o relacionamento dos EUA com a América Latina. Uma das possíveis mudanças, destacou Lula, é o fim do bloqueio econômico da Cuba. “É importante que Obama faça um sinal para Cuba. É importante que o bloqueio seja desobstruído para que Cuba possa ter uma vida normal como todos os países (...) Os Estados Unidos, durante muito tempo, tiveram uma política equivocada para a América Latina, sublinhou o presidente brasileiro em seu programa semanal de rádio “Café com o presidente”, citando o papel de Washington na instalação de ditaduras militares no continente na década de 1960. Lula acredita que olhar de Obama para a América Latina deverá ser “democrático e desenvolvimentista”.

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Um comentário:

Carol disse...

Que Obama ouça as palavras de Lula!